A CPI e o golpe de capa preta

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Já temos uma CPI da COVID contra o Presidente da República. Alguns dizem que ela seria uma boa para comprovar irregularidades no emprego de dinheiro federal enviado a governos locais. E também porque foi o STF quem jogou a batata quente da pandemia no colo dos governadores.

Eu, particularmente, tenho um olhar pessimista em relação à CPI. Pessimista, porém confiante! Explico.

Como as águas de um rio nunca são as mesmas, assim também o homem que nelas mergulha não volta o mesmo. E ele não volta só molhado. A sua alma volta diferente. Este axioma o STF leva ao pé da letra. Inova sempre.

O Supremo Pilatos, por 9 a 2, no último dia oito, entendeu que cultos presenciais podem somente com o aval do governo local. Estes nove revolucionários eclesiásticos da toga jogaram gasolina na fogueira santa.

E, especificamente um deles, que usa capa, uma capa preta, ainda achou por bem fazer instaurar CPI para apuração de responsabilidades pela crise sanitária da COVID. Ou seja, jogou a constituição no fogo, para consumi-la e para aumentar a labareda.

A corte, que se vê “a medida de todas as coisas”, mudou novamente o voto, decidindo por condenar Cristo e não o COVID Barrabás.

O Supremo Pilatos decide o que quer e quando quer. Quando é para afrontar liberdades fundamentais ele mesmo decide. Quando a questão é, segundo o que pensam os onze, de menos importância, contrariando a maioria do povo, deixam ao talante dos outros assumirem uma posição determinante.

Tomem, governadores, a batata quente! Sigam a religião que quiserem, implementem na região o culto, os deuses, as liturgias que bem entenderem!

Ora, o responsável pela crise da pandemia, no Brasil, já sabemos. É o ateísmo, os “capa pretas”.

O ateísmo tomou conta do povo, da cultura, da política, das igrejas, e, agora, confirmado, do judiciário. Isso não é novidade.

Antonio Gramsci, sucessor de Karl Marx, Lênin e Stalin, utilizando da ociosidade de uma cela de prisão (ele foi preso por Mussolini), profetizou e planejou tudo isso. Os lentos e imperceptíveis dardos diabólicos inflamados atingiram diretamente a força dos hábitos. Não da noite para o dia. O tempo passa e, quando menos você se dá conta, cadê a liberdade?

Dito e feito. Barroso chegou a dizer no voto que a religião permanece viva ou não sofre ataque!

Está consumado! Ou melhor, desvendado! CPI pra quê!?

De fato, Rui Barbosa disse que a pior ditadura é a do judiciário, órgão que constitucionalmente deve falar por último. É a coruja do poder. Mas será que Rui não pensou nas cortes internacionais? No jejum? Na oração? No impeachment?

Sergio Mello. Defensor Público no Estado de Santa Catarina.

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