O contragolpe ao golpe! Por que o general Azevedo e Silva foi demitido?
06/04/2021 às 10:12 Ler na área do assinanteAntes, há que se fazer um “retrolâmpago”, a saber: como Azevedo e Silva foi parar no STF?
Em seis de setembro de 2018, um mês antes, pois, das eleições de outubro de 2018 a oposição já sabia que Bolsonaro estava eleito. O General Villas Boas, então Comandante do Exército após reunião do Alto Comando do Exército indicou o general Azevedo e Silva para assessorar Dias Toffoli no Supremo e assim poder auscultar os bastidores daquela instituição.
Uma vez eleito e tomando posse como Presidente, Bolsonaro nomeou o General Azevedo e Silva para Ministro da Defesa apoiado na recomendação do General Augusto Heleno.
Há que se notar que o Presidente Bolsonaro ao longo de seus dois primeiros anos de presidência rompeu com certas “tradições” dessagrando o “establishment” e desagradando ainda mais ao Supremo Tribunal Federal que se apossou de Rodrigo Maia para ser o intérprete em “off” do plano de desestabilização da presidência da república.
Não por menos, sabia Rodrigo Maia, a quem já havia sido prometido pelo Supremo sua continuidade como presidente da Câmara, que sua função seria a de afastar o Presidente Bolsonaro mediante uma forma a não deixar rastros que ele, Rodrigo Maia, saberia como fazê-lo. Abre-se aqui um parêntese para lembrar telefonema dado por João Doria ao ministro Paulo Guedes durante o qual o governador de São Paulo alerta Guedes para que deixe o Ministério da Economia dizendo que Bolsonaro iria deixar de ser Presidente, e que Guedes deveria salvar sua biografia.
Um incidente comentado pelo próprio Paulo Gudes em entrevista que prestou à revista Veja revelando as palavras de Doria. Que se preste também a atenção sobre o fato retratado até pela grande mídia, das constantes viagens de Rodrigo Maia a São Paulo para encontros com João Dória. As coisas se encaixam.
As promessas do Supremo a Rodrigo Maia, na pessoa de Gilmar Mendes, deram errado. Na votação sobre a interpretação do artigo da Constituição que vedava à reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, o plenário não votou todo ele no mesmo dia até porque a votação foi on-line. Entretanto, não custa lembrar que os quatro primeiros votos dados à continuidade de Rodrigo Maia e de Davi Alcolumbre à frente das presidências da Câmara e do Senado, foram dados no primeiro dia de votação do tema, estabelecendo um placar de 4 a 0 a favor da Maia e de Alcolumbre.
Votaram a favor Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin, e Dias Toffoli.
O argumento usado nesses votos foi o de que a Constituição não falava que era proibido a reeleição depois de dois mandatos seguidos apenas dizia que era vedado. Se alguém tem ainda dúvida sobre como o Supremo vota não terá mais depois do presente relato. A interpretação da Constituição dessas quatro figuras toscas que desgraçam o país não seria nem validada nos cursos do idioma português na parte reservada à interpretação de textos.
Os protestos da opinião pública foram muito fortes e o placar final foi de 6 a 5 contra a reeleição de Maia e de Alcolumbre, levando Rodrigo Maia ao desespero e a uma depressão não sarados até hoje. Seu plano junto com o Supremo sofrera a primeira derrota.
O plano era mais extenso. Entrava no jogo a deputada Joyce Hasselmann. Ela submeteria à Câmara dos Deputados um pedido de Projeto de Lei para afastar Bolsonaro da presidência da república sob a alegação de insanidade mental e esse projeto, bancado por Rodrigo Maia, teria seu julgamento de constitucionalidade e objetividade apreciados pelo Supremo Tribunal Federal, que faria a sua parte no crime longamente planejado para dar legalidade à perda da Presidência de um presidente eleito por 58 milhões de votos.
Uma aparente frustração das intenções do Supremo Tribunal Federal deve ser considerada como “simplesmente aparente frustração”.
O Supremo Tribunal Federal não cessou e prosseguiu. Por iniciativa de Dias Toffoli (de lembrar que Azevedo e Silva foi seu assessor) foi criado o tal “INQUÉRITO” que todos os ministros do Supremo sabem tratar-se de uma peça ilegal, inconstitucional, mas que atende aos seus propósitos de criar dificuldades para o Presidente da República, para gerar fatos que possam alimentar a imprensa na sua campanha de derrubar o Presidente da República de qualquer forma, mesmo que mintam os dois, Supremo e imprensa para a formalização desse intento.
De se ver e de se entender a função desse “inquérito como sendo o elemento vestido com uma roupagem de legalidade. Poder afrontar a Presidência da República através da mentira contada todos os dias até que ela possa ser, pelo vício do ouvir, admitida como a verdade para se afastar o Presidente.
A Polícia Federal já entregou ao Supremo suas conclusões investigatórias em torno das Fake News, de pessoas presas, jornalista Osvaldo Eustáquio e ativista Sarah Winter, e em seu relatório a PF diz que nada foi encontrado que pudesse ser imputado à essas pessoas injustamente presas, confinadas e abusadas no seu direito de expressão.
A ligação de intimidade de Azevedo e Silva construída com o Supremo pelo tempo que esteve na assessoria de Dias Tóffoli tranquilizou o Supremo ao afirmar ao Supremo que qualquer movimentação do Presidente no sentido de agir contrariamente às instituições de Estado, as Forças Armadas não agiriam nem endossariam em favor do Presidente.
É aí que se tem a notícia que o SNI dirigido pelo General Augusto Heleno através de gravações, desvendou essa proximidade comprometedora do antigo Ministro da Defesa de Bolsonaro.
O Ministro da Defesa foi, então, demitido. Teve fim o golpe organizado pelo Supremo através do excelente serviço prestado à presidência da República pelo Serviço Nacional de Informações, o SNI do General Augusto Heleno, que deu a oportunidade de um contragolpe para cima dos guardiões da Constituição Federal.
André Cumplido
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