Boa parte da defesa de Eduardo Cunha nesta quinta-feira (19) no Conselho de Ética da Câmara Federal foi dedicada a criticar a demora no julgamento contra o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros.
E Cunha, nesse sentido, está coberto de razão. Realmente é inadmissível a procrastinação no andamento dos processos contra o senador alagoano no STF (Supremo Tribunal Federal). Principalmente quando confrontados com a celeridade dos processos envolvendo o deputado carioca.
Verifica-se a nítida aplicação da celebre expressão popular ‘dois pesos e duas medidas’.
Aliás, em sendo possível uma comparação, a situação de Renan Calheiros é ainda mais grave, muito mais perniciosa e delicada.
O peemedebista é alvo de inquéritos pelo envolvimento no escândalo do petrolão e ainda responde a ação no STF por falsidade ideológica - essa denúncia, no caso, foi apresentada em 2013, mas segue inconclusa. "É muita estranha a seletividade e a celeridade dos processos contra mim quando, por exemplo, uma denúncia contra o presidente do Senado está há 3 anos e não é apreciada pelo pleno", afirmou.
Ou seja, Renan já foi denunciado pelo Ministério Público, basta o acatamento da denúncia para que ele efetivamente se torne réu, mas essa tal denúncia descansa em alguma gaveta do STF há três longos anos.
Um absurdo! Evidencia-se uma inexplicável conivência com os atos realizados ao arrepio da lei por Renan Calheiros.
Por fim, ainda em sua defesa, Cunha negou seu envolvimento no petrolão e afirmou que à época das acusações mantinha ferrenha oposição ao governo do ex-presidente Lula, o que impediria que lhe dessem poder na Petrobras.
‘É muito fácil querer encontrar um suposto chefe para poder esconder a sujeira no tapete que estava começando a aparecer. Aqueles que efetivamente têm de ser responsabilizados, que o sejam. Que sejam punidos’, arrematou.
da Redação
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