O impeachment de Moraes pode devolver ao Senado algo que não tem hoje: “A credibilidade”, diz Kajuru

31/03/2021 às 07:16 Ler na área do assinante

O senador Jorge Kajuru, do Cidadania-GO, afirmou, em entrevista à Revista Oeste, que os parlamentares da Casa contrários ao processo de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, provavelmente, serão punidos nas urnas, em 2022. Kajuru entregou, na sexta-feira (26), ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedido de afastamento do integrante da Corte. Anexado ao documento, estava um abaixo-assinado com quase três milhões de assinaturas.

“Nunca um pedido de impeachment foi apresentado com um abaixo-assinado. O parlamentar que votar contra o impeachment dele poderá ter vários ‘nãos’ nas urnas”, avisou o senador.

Apesar de ter formalizado o pedido junto ao Senado, Kajuru fez uma sincera avaliação se os integrantes da Casa vão, realmente, dar o justo prosseguimento ao processo.

“Se os senadores vão entender que a gente faria a história, pela primeira vez, no Brasil, aprovando o impeachment de alguém tão desrespeitado pela sociedade brasileira e que essa decisão tomada daria ao Senado uma outra imagem perante o Brasil. Daria o que o Senado não tem até hoje: credibilidade. E, principalmente, passaria a ter o Supremo Tribunal Federal mais respeito com os senadores... Hoje, o STF olha para o Senado e vê os 81 senadores como medrosos, como se todos tivessem rabo preso”, afirma.

O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes é baseado na atuação desastrosa dele como Secretário de Segurança Pública de São Paulo, como Ministro da Justiça de Michel Temer e, mais recentemente, pelas decisões monocráticas tomadas como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Ele (Moraes) não se acha Deus. Ele tem certeza. Achar que ele poderia fechar veículos de comunicação, como ele tentou fechar. E desrespeitar a Constituição como ele desrespeitou. Primeiro, ao votar pela reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, como ele votou e, depois, desrespeitou o artigo 53, que é o direito inviolável à liberdade de expressão dos parlamentares”, destacou alguns pontos.

Na ocasião, o senador afirmou que, “se a eleição (presidencial) fosse hoje, Bolsonaro estaria eleito.

“...Se tivesse eleição, hoje, o favorito é o Bolsonaro porque não tem adversário.... O Lula ainda não tem aceitação total. O Lula tem que reconstruir a situação dele para voltar a ter aqueles 30% garantidos que ele tinha. Hoje não tem mais do que 20%”, disparou.

E completou:

“Ele ainda tem que provar que é honesto para muita gente no Brasil que era apaixonada por ele e que mudou de opinião. O partido dele vai mal. Em termos de credibilidade, o partido dele hoje está lá na zona do rebaixamento”, ironizou.

Sobre a atuação do Governo Bolsonaro, ele disse:

“O presidente tem que calar a boca da imprensa mostrando um trabalho reconhecido por todo o Brasil. Esse trabalho ele ainda não mostrou. Por isso, ele ainda não calou a imprensa. Em vez de brigar com a imprensa, o melhor é calar a imprensa com atitudes”, sugeriu.

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Fonte: Oeste

da Redação
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