A Lava Jato, o jogo de poder e o futuro do país: O Brasil corre um risco de ruptura institucional como nunca desde 2016

29/03/2021 às 10:34 Ler na área do assinante

Atenção: este é um texto longo. Se preferir a versão podcast (áudio) ela está acessível em link ao final deste artigo.

Então vamos em frente...

Por mais que tenha muita gente falando coisas desconexas (me refiro à falta de conexão com a realidade) e algumas pessoas estejam desiludidas com relação ao futuro e, é claro fortemente impactadas pela Pandemia e seus desdobramentos: existe um forte movimento em curso, uma “corrida contra o tempo” visando desestabilizar ainda mais o Brasil para nos levar ao fundo do poço e a uma situação de ruptura, o que parece ser a intenção dos adversários do governo, movimento que aliás, foi inaugurado no dia da apuração das urnas em 2018 e se intensificou nos últimos dois anos como sabemos.

Tal movimento hoje, tenta se alimentar de uma eventual apatia da sociedade brasileira...e não por acaso, se empenha ao extremo para produzir confusão mental e dispersão social.

O momento é delicado e poderá, se não agirmos ou reagirmos, determinar um rumo indesejável para o Brasil e para os Brasileiros: me refiro a um retrocesso e à perda das conquistas que obtivemos, principalmente pela instalação da força tarefa da Lava Jato em 17 de Março de 2014 e que se somou ao impeachment da Dilma em 31 de Agosto de 2016, interrompendo um ciclo tenebroso da política Brasileira que alçou ao poder e fortaleceu, incontáveis organizações criminosas que saquearam o País, uma história bem conhecida e algo que vigorou por quase 20 anos, que se intensificou no País à partir de 2 de Outubro de 1992 com o afastamento do Presidente Fernando Collor. Não que essas organizações criminosas já não estivessem infiltradas no poder, sempre estiveram lá representadas, mas tiveram uma monumental projeção em parceria com os governos progressistas, inclusive pela estratégia do aumento do Estado e das Estatais, verdadeiros antros de corrupção nesses governos.

Neste instante, todos os grupos que aparelham ou influenciam as estruturas mais relevantes que detém poder (me refiro a: boa parte da Grande Mídia, da Cultura (que inclui boa parte dos “intelectuais” e demais órfãos da Lei Rouanet), das casas políticas, do sistema judiciário, das estatais, da educação, da saúde, dos Oligopólios e monopólios setoriais e das facções criminosas...sim, um aparato assustador!) se alinham fortemente para tomar de assalto novamente nosso País e, como disse Zé Dirceu: “não se trata de vencer eleições mas de tomar o poder”.

Os caminhos para cumprir essa estratégia são vários e, muitas vezes, adotam uma abordagem de tentativa e erro via narrativas das mais variadas, mas sobretudo hoje se utilizam como estratégia de referência a Pandemia, que é devastadora, para fortalecer suas ações que, dia após dia, vem à tona de forma mais e mais explicita, ou seja, o tempo da dissimulação já passou: e talvez esse possa ser um erro importante a ser explorado para nos defendermos desse ardil, como explicarei mais adiante. Afinal, a população não é boba e está vendo esses movimentos à luz do dia! Parece que o objetivo não é mais enganar e sim, desestimular e quebrar o moral e a capacidade de reação da população.

O ESTRATÉGICO TODOS CONTRA UM (A famigerada “Frente Única”)

Aqui cabe uma explicação: não se trata de todos contra Bolsonaro e sim, todos contra o POVO BRASILEIRO... contra o Brasil. Estamos falando de um movimento articulado que reúne de forma explicita todos os interesses que representam a volta ao status quo da “era Progressista” onde Tucanos e Petistas se alternavam no poder no chamado “teatro das tesouras”, como bem retratou a série da “Brasil paralelo” que recomendo ver ou rever (Veja a Série da Brasil Paralelo).

E quando falamos da “era Progressista” estamos falando do império dos interesses Oligopolistas e das Facções criminosas que contaminam e aparelham o Estado Brasileiro, um deles, por exemplo o Sistema Financeiro: um dos mais poderosos grupos de interesses que possui historicamente, um lobby que jamais esteve ausente da vida política no Brasil... sendo um poder paralelo que sempre esteve incrustado nas entranhas do poder.

Se alguém tem dúvida, basta verificar as benesses que esse setor sempre gozou no país e que, se faz representar por uma “casta” constituída por pessoas que permeiam o setor e que não por acaso integraram, muitos deles, os governos progressistas: me refiro especificamente ao “grupo dos 500 notáveis da economia” que assinaram recentemente um manifesto buscando “colocar lenha na fogueira” e que está sendo utilizado, sem muito sucesso, para desestabilizar o governo (mais uma tentativa e erro, como falei). Esse grupo, é nominado como a “elite do Tucanato” pelo eminente jornalista Rodrigo Constantino... para surpresa de ninguém, basta olhar a “seleta lista”.

Essa “elite” (que saiu das sombras, o que não é usual) veio a se somar, agora de forma explicita, aos grupos de poder que tiveram seus interesses afrontados a partir de 2018 com a eleição de Bolsonaro, mas que já vinham enfrentando importante revés desde a criação da força tarefa da Lava Jato e que agora, por uma série de “artimanhas jurídicas” tentam desarticular, e me refiro também a seus efeitos (na verdade objetivos) que tornaram elegível um dos principais “atores” do “teatro das tesouras brasileiro”, que agora parece estar de volta ao jogo, pelo menos por enquanto, e vem a se juntar a FHC: a história é cíclica e se repete, mas os resultados nem sempre são os mesmo, como veremos.

LAVA JATO: PATRIMÔNIO DOS BRASILERIOS

Num de meus artigos sobre o tema, deixei bem claro que a OPERAÇÃO LAVA JATO foi é e continuará a ser um patrimônio do Povo Brasileiro pois foi a primeira vez em 500 anos que o SITEMA CURRUPTO E CORRUPTOR no Brasil foi exposto à sociedade brasileira de forma avassaladora, mesmo que o “sistema aparelhado” tenha se incumbido em neutralizar seus efeitos desde então como sabemos e testemunhamos o tempo todo, com a soltura dos criminosos, mas não sem o “carimbo e a pecha” de criminoso estampados na “testa”: isso é um ganho irreversível ao meu ver, que não se apaga e não creio que será impedido como temos testemunhados pela ação ininterrupta da PF que jamais deixou de agir contra o crime organizado: essa guerra, ao que parece, veio pra ficar.

Com a LAVA JATO jamais o sistema de corrupção viria a ser o mesmo: e nem me refiro apenas ao Governo atual que há mais de 2 anos não apresenta nenhuma denúncia de corrupção. Quando falo de uma mudança emblemática, me refiro ao fato de que a SOCIEDADE BRASILEIRA não mais aceitaria passivamente o retorno da corrupção endêmica que permeou a política nacional nas últimas décadas.

Mesmo sabendo que os corrutos são “engenhosos” e possuam estruturas inteligentes que dão suporte ao “crime organizado” no país, é muito difícil hoje, esconder o rastro das ilegalidades como veremos a seguir no que estamos chamando de “covidão”, apenas para citar uma investigação em curso que ainda vai dar o que falar.

LAVA JATO FASE DOIS

É preciso corrigir um EQUÍVOCO ESTRATÉGICO com base na decisão recente da PGR e, nesse caso, me atenho à extinção da FORÇA TAREFA. Nesse caso, não me refiro à dissolução da FORÇA TAREFA DE CURITIBA que sim, carecia de uma oxigenação para corrigir rumos ou fazer ajustes, nesse caso até ao que foi chamado de LAVAJATISMO, uma espécie de “partido político” que intencional ou incidental surgiu no bojo de sua atuação, algo previsível dado o poder que a força tarefa amealhou e precisava amealhar, para dar curso às suas dificílimas missões, porém algo que a expôs aos seus adversários.

Mesmo que a ideia de concentrar as operações no GAECO (Grupo de atuação especial de combate ao crime organizado) seja legítima e faça total sentido (e uma prova disso é que a PF continua firme e forte no combate ao crime organizado) visando corrigir eventuais desvios, a desarticulação da FORÇA TERFA DA LAVA JATO não é benéfica e explico o porquê:

Sendo a LAVA JATO um SÍMBOLO, uma divisão de águas na luta contra a corrupção no Brasil, passou a fazer parte do IMAGINÁRIO POPULAR quando o tema é corrupção. Desmantela-la significa “quebrar o elo simbólico determinante que a consagrou” um sentimento que prevalece e que lhe dá legitimidade, sustentação e poder: me refiro à credibilidade, engajamento e apoio que ela conquistou junto à sociedade brasileira.

Logo, a LAVA JATO mesmo que com outro nome e como parte do GAECO, mas numa estrutura específica, separada e autônoma, precisa RETORNAR: seja como LAVA JATO; LAVA JATO FASE DOIS; LAVA JATO BRASIL ou o nome que se queira dar, mas sem perder o IMPORTANTE ELO SIMBOLICO que ela produziu e que representa para os BRASILEIROS e também, para os CRIMINOSOS, pois tornou-se um anteparo contra o crime organizado.

A Lava Jato, insisto, por uma questão estratégica e como uma estrutura ESPECIAL DO GAECO, mas independente, precisa URGENTEMENTE ser reinstalada.

A VACINAÇÃO E O APOIO POPULAR COMO CONTRAOFENSIVA

Por mais que a poderosa “Frente Única” que foi criada, principalmente a representada pelo extrato dos Governadores e Prefeitos alinhados com ela, que tentam via LOCKDOWNS, tornar inviável o Brasil promovendo a destruição da economia e dos empregos de forma dramática, correm o risco de dar com os burros n’água com base no seguinte:

Inteligentemente ou por uma conjunção astral, o Governo Brasileiro por ter uma estrutura bem montada de vacinação e sendo detentor de tecnologias de produção de vacinas, saiu na frente no sentido de internalizar a produção de vacinas no território nacional. E por essa, a “frente única” não esperava e foram surpreendidos: a notícia da entrega dos primeiros lotes de vacinas produzidas no Brasil pela Fiocruz, fruto de contratos fechados em meados de 2020 com Oxford, Astra/Zeneca e do Instituto Serum caiu como uma bomba na cabeça da “frente única”. Com isso, apenas a Fiocruz que já entregou este mês os primeiros dois lotes totalizando 1,08 milhões de vacinas ao PNI, produzirá cerca de 6 milhões de vacinas por semana (e nesse sentido recebeu esta semana, insumos para produção de mais 38 milhões de vacinas). Tais contratos firmados, garantem a produção no país, de cerca de 100 milhões de vacinas até julho, quando a FIOCRUZ já estará apta a utilizar insumos também produzidos no Brasil (e nesse aspecto, além disso, já temos uma nova vacina, totalmente Brasileira, sendo anunciada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia que em 90 dias, no mais tardar estará entrando em fase de testes com humanos, uma vez aprovada pela Anvisa). O Brasil, não apenas produzira um volume extraordinário de vacinas para seu uso (inclusive para manter um programa permanente de revacinações), como poderá nos próximos anos, ser um exportador importante de vacinas para o mundo já que novas cepas desse vírus poderão surgir, como ocorre todos os anos com a Influenza, por exemplo. E o Brasil será um dentre poucos Países a dominar a tecnologia de desenvolvimento e produção de vacinas no mundo.

Esse fato, determina a possibilidade de imunização em larga escala dentro do PNI, programa de vacinação em curso e que pode resultar, numa aceleração no processo de vacinação (o Brasil tem boa capacidade instalada com cerca de 38.000 pontos, podendo vacinar um milhão ou mais de pessoas dia) mesmo com o surgimento de novas cepas ainda mais agressivas do vírus. Estamos falando de que podemos imunizar entre 80 e 100 milhões de Brasileiros até julho (18.5 milhões já foram vacinadas).

O panorama é mais ou menos este:

O Brasil apresenta como grupo prioritário cerca de 33 milhões de idosos com mais de 60 anos e que serão totalmente imunizados nos próximos 60 a 90 dias (mesmo que os efeitos da imunização tenham um delay de 4 a 6 semanas após a vacinação);

A população de crianças com menos de 12 anos (em geral assintomáticas e não consideradas vetores do vírus) representa 36 milhões;

Cerca de 13 milhões de pessoas já foram curadas e adquiriram imunidade natural.

Cerca de 18.5 milhões de pessoas já foram vacinadas.

Se consideramos esses números e a capacidade de vacinação e o acesso às vacinas que temos com produção própria principalmente, além do tratamento precoce e preventivo com medicamente amplamente testados, como a Ivermectina, por exemplo, que a população já vem adotando e será apoiado pelo governo, mesmo considerando a demonização dos medicamentos (por razões políticas e econômicas como podem ver em dois artigos que publiquei em Julho de 2020 intitulados: A Pandemia e os Crimes contra a Humanidade e “CORONA MONEY”: quem está “surfando a onda” da Pandemia, que recomendo a leitura), muito rapidamente atingiremos a imunidade de rebanho (acredito que até agosto ou setembro). E é claro que, nos próximos 60, 90 e 120 dias veremos os números de infestados e de óbitos despencar progressivamente e é claro, que os “trancacionistas atribuirão a queda aos lockdows, porém o fato é que perderão essa arma como estratégia de desestabilização e destruição do país.

E o que isso representa?

Além de salvar vidas e descartar por completo medidas extremas e arbitrárias de “trancamento” (Lockdown): significa que a PANDEMIA deixará de ser a principal arma (ou a mais importante) da “frente única” para desestabilizar o Brasil... mesmo que tenha gente que aposte no surgimento de novas cepas “ad infinitum” o processo de imunização poderá ser mantido e atualizado como já ocorre desde sempre com as “gripes” (influenza) e outras doenças virais que, mesmo que represente uma “indústria” passaram a ser algo corriqueiro na vida das pessoas e da sociedade à partir de uma adaptação da medicina e da farmacologia.

Por isso estão com tanta pressa em esticar a corda! Acho que dá para entender, não é? Trata-se mesmo de uma “corrida contra o relógio” que precisa do desalento da população para prosperar.

RESUMINDO:

Estamos vivendo o momento mais perigoso e ostensivo da brutal ofensiva “todos contra um”. O principal empecilho para o sucesso de “tamanha” força antagônica aos interesses do Brasil é o “poder” que a sociedade brasileira tem demonstrado desde o movimento “Fora Dilma” que significou um fora PT (e por tabela fora PSDB).

Esse poder, como falei, foi resultante de dois movimentos:

Da Lava Jato que representou uma importante quebra de paradigmas no combate à corrupção no Brasil e;

Aos Movimentos oriundos da Redes Sociais que trouxeram um grande engajamento da população no sentido de expressar sua indignação e reclamar seus direitos;

Sabemos que:

A Lava Jato foi sendo esvaziada pelo “sistema” que se organizou para enfraquecê-la o quanto pôde, até por erros cometidos por ela que abriram um flanco para que esse enfraquecimento fosse levado a cabo: mas o que ela representa não acabou e nem acabará, a não ser pela falta de apoio da população como ocorreu na Itália com a operação “Mãos Limpas”, o que não acredito sinceramente pois os tempos são outros e os Brasileiros estão absolutamente mais engajados.

Os movimentos que deram voz e poder à população já determinaram uma estratégica “mordaça”, seja por “leis de exceção” produzidas para esse fim, seja pela própria censura das plataformas, nitidamente de orientação “progressista” como sabemos. Mas isso também não deve prevalecer pois existem novos canais à disposição e outros surgirão de forma acelerada como veremos a seguir.

E o que é preciso ser feito para enfrentar essa força e pressão?

É fundamental que a sociedade Brasileira se mantenha unida e coesa na luta pela manutenção das conquistas que aqui foram citadas e para isso é fundamental.

MANTER A ESTRUTURA E O CONCEITO DA LAVA JATO como uma força tarefa Estratégica no combate à corrupção, mesmo dentro do GAECO.

Acelerar o PNI vacinando de forma acelerada a maior parte da população, fazendo com que as estatísticas de contágio e óbitos apresentem uma queda vertiginosa dia a dia nos próximos 90 dias. E é claro, com uma estatística oficial auditável dos registros da doença e de suas repercussões, principalmente em termos de óbitos.

A FORÇA MAIOR DO ESTADO ESTÁ COM O POVO. NÃO PODEMOS DESISTIR DO BRASIL !

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JMC Sanchez

Articulista, palestrante, fotografo e empresário.

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