A declaração do presidente da Venezuela nesta terça-feira (17) desnuda às completas o seu objetivo.
Nicolas Maduro disse em entrevista para a imprensa internacional, que a Assembleia Nacional desaparecerá em breve.
‘A Assembleia Nacional perdeu vigência política. É uma questão de tempo para que desapareça", afirmou Maduro.
O atual parlamento venezuelano foi eleito há poucos meses, em janeiro, traduzindo-se em uma avassaladora derrota de Maduro, com a eleição de esmagadora maioria oposicionista.
O resultado da eleição levou para a presidência da Assembleia Nacional, um dos mais aguerridos opositores de Maduro, Henry Ramos Allup, que logo após assumir o cargo, diante da inexpressiva popularidade do presidente, indicada por inúmeras pesquisas, propôs o referendo revogatório do mandato chavista, conforme preceitua a Constituição.
Diante dos recentes acontecimentos no Brasil, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, a população venezuelana saiu às ruas pelo referendo. Por outro lado, a oposição já entregou 1,8 milhão de assinaturas ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), nove vezes mais que o exigido na primeira etapa do processo.
Diante da situação, acuado e impopular, Maduro deve partir para o franco enfrentamento.
Nesta terça-feira (17), a rejeição pelo parlamento do decreto presidencial de estado de exceção e emergência econômica - que aumentaria o poder dos militares na distribuição dos alimentos e elevaria a intervenção estatal no setor privado – pode significar a gota d’água para o embate.
A medida foi rejeitada sob a justificativa de que o decreto evidencia as supostas pretensões ditatoriais do chavista.
O clima é extremamente tenso e o desfecho imprevisível.
da Redação