O fatal e inevitável processo de venezuelização da Argentina

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O progressista Alberto Fernández assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 2019, depois de vencer as eleições concorrendo como o poste da mafiosa e dissimulada Cristina Fernández de Kirchner — em uma estratégia muito similar a que foi empregada aqui no Brasil pelo PT, quando a organização criminosa do Foro de São Paulo disputou as eleições presidenciais usando Fernando Haddad como o boneco de ventríloquo do líder máximo da ORCRIM, Lula da Silva.

Evidentemente, como todo "bom" esquerdista, Fernández não esperou nem sequer um minuto para começar a arruinar o seu país. Flertando com a as ideológicas utopias irrealistas do socialismo, que requerem exacerbado intervencionismo estatal para conduzir a sociedade ao "paraíso" — o que por sua vez leva a nação a completa e total ruína econômica —, o presidenciável desde então tem se esforçado, com insuperável êxito, a arruinar aquele que, no princípio do século 20, foi um dos países mais prósperos do mundo, e rivalizava com os Estados Unidos em matéria de progresso e desenvolvimento.

Isso, obviamente, não é surpresa nenhuma para quem conhece o socialismo e suas exasperantes e destrutivas consequências. Os socialistas conseguiram destroçar completamente a Venezuela, que já foi o quarto país mais rico do mundo.

Por que não haveriam de fazer o mesmo na Argentina? Pois é exatamente isso o que está acontecendo nesse exato momento. A Argentina está em processo avançado de venezuelização social e econômica.

O mandato de Alberto Fernandez começou, literalmente, com o pé esquerdo, bem ao gosto dos socialistas, com pesado intervencionismo no setor econômico — para combater problemas que nem sequer existiriam, se o estado não interferisse na produtividade do setor privado.

Este vem a ser possivelmente o sintoma mais proeminente do socialismo: interferir na economia para mitigar problemas criados pelo próprio intervencionismo estatal no campo econômico. Afinal, por que respeitar o capitalismo e a ortodoxia da ordem natural de mercado, se você pode estatizar tudo, destroçar o país completamente e depois culpar o "neoliberalismo"?

Com a progressiva estatização da economia, a Argentina começou a trilhar o processo de venezuelização com fatídica rapidez. O lastimável processo de dilaceração de riquezas começou a ocorrer em uma velocidade considerável, o que invariavelmente comprometeu a prosperidade da sociedade, a produtividade industrial e a livre iniciativa. O deplorável programa governamental de congelamento de preços acabou provocando escassez de alimentos no país inteiro.

Como a primeira etapa para a destruição da cadeia produtiva, o controle de preços pelo governo invariavelmente fez os custos de produção tornarem-se proibitivos, e aí a produtividade e posteriormente o consumo entraram em colapso.

Mais de dois mil supermercados adotaram o sistema compulsório de preços tabelados e fiscais do governo passaram a verificar se a política governamental estava sendo cumprida — da mesma maneira que ocorria na Venezuela, por ordens do ditador Nicolás Maduro.

Essas medidas, no entanto, infelizmente foram apenas o início da desgraça. Quando socialistas de esquerda estão no poder, eles se encarregam de destruir completamente todo o país, interferindo em todos os setores da cadeia produtiva. Como se tabelar preços não fosse aberração suficiente, o governo encareceu ostensivamente a demissão de funcionários, e também a compra de moedas estrangeiras.

É completamente desnecessário afirmar que medidas dessa natureza produzem um nível de insegurança jurídica de proporções titânicas, o que invariavelmente afastou investidores estrangeiros e contribuiu para que inúmeras empresas argentinas saíssem do país, se estabelecendo em nações vizinhas como o Uruguai e o Paraguai.

É claro que o controle de preços não é novo nas políticas de governos argentinos. O governo de Cristina Fernández de Kirchner — que atualmente é a vice-presidente — realizou controle e tabelamento de preços, e essas políticas tiveram continuidade no governo do "liberal" Mauricio Macri.

Isso causou uma ruína econômica considerável no país, o que fora previsto por diversos economistas. Em consequência de tantas medidas soviéticas estatizantes, a economia passou a definhar, e a prosperidade da população foi desaparecendo. Para incentivar o turismo interno, o governo decidiu tributar passagens aéreas para voos internacionais, o que as encareceu consideravelmente.

Ao invés de estimular a economia, por retirar regulações, medidas proibicionistas, reduzir impostos, diminuir a carga tributária e eliminar tarifas alfandegárias — o que fortaleceria o empreendedorismo, e com este, a geração de empregos —, os socialistas trilham sempre o caminho oposto, inerentemente sórdido e destrutivo, que demanda um absurdo e quase ditatorial controle discricionário sobre preços e a produtividade econômica. Assim, eles passam a taxar produtos e serviços de forma abusiva e aviltante, o que reduz a oferta, a demanda, e consequentemente dilacera toda a cadeia produtiva.

A Argentina infelizmente está nesse sórdido, triste e deplorável caminho. E lamentavelmente, tudo piorou de forma considerável com a pandemia de coronavírus.

Para tentar conter a disseminação do vírus, o presidente Alberto Fernández decretou quarentenas e lockdowns, que acabaram se tornando os mais ditatoriais, prolongados e rígidos do mundo. E isso não trouxe benefício algum para o país.

Muito pelo contrário. Com um número confirmado de 54.823 óbitos, a Argentina ocupa o 12º lugar no ranking global de mortes. O que mostra efetivamente que se medidas restritivas funcionassem, a Argentina não deveria estar em uma situação tão crítica quanto está.

Em compensação, os lockdowns e quarentenas aprofundaram consideravelmente a situação de ruína econômica que vinha gradualmente depauperando o país, o que agravou de forma severa e contundente a condição de miséria e pobreza que afligia a população.

Como resultado de todas essas nefastas e contraproducentes medidas intervencionistas, hoje 40% dos argentinos se encontram em situação de pobreza extrema. Ou seja, o processo de venezuelização da Argentina se acentuou de forma exacerbada, e na presente situação, nada será capaz de revertê-lo.

Por causa dos lockdowns, a pobreza se tornou um problema crônico na Argentina. No final do ano passado — na cidade de Puerto Iguazú —, argentinos famintos desenterraram carne de frango estragada para comer.

A vigilância sanitária havia ordenado que mais de 1.200 caixas de frango fossem enterradas, porque foram consideradas impróprias para o consumo. Desesperados em função da fome, no entanto, dezenas de pessoas foram até o local, desenterrar os alimentos para comer.

Em consequência de todas essas desgraças, o deplorável e maléfico desgoverno de Alberto Fernández, invariavelmente, se tornou extremamente impopular. Todas as medidas governamentais implementadas, sobretudo as quarentenas e lockdowns, reduziram tanto os argentinos à pobreza, obrigando-os a sobreviver na mais sórdida e lamentável precariedade, que a população não mais hesita em expressar todo o seu descontentamento.

Recentemente, Alberto Fernández fez uma visita na província de Chubut — território situado na região da Patagônia argentina —, mas sua comitiva teve que fugir da localidade, depois que foi brutalmente atacada pela população local. Pedras foram atiradas contra os veículos da comitiva presidencial e os integrantes do governo tiveram que fugir, escoltando o presidente Alberto Fernández.

Assim como ocorre na Venezuela, o inevitável êxodo de argentinos para outros países começou desde que Alberto Fernández assumiu a presidência, e só tem se acentuado desde então. Os argentinos estão indo principalmente para o Uruguai — um país economicamente mais liberal —, e em breve, sem dúvida nenhuma, veremos muitos deles atravessando a fronteira do Rio Grande do Sul, da mesma maneira que os venezuelanos o fazem ao norte do país, atravessando a fronteira no estado de Roraima.

Um breve estudo de história mostra de forma irrefutável que socialismo é morte, totalitarismo, miséria, escassez, escravidão e morticínio institucionalizado pelo estado. O ser humano acaba sendo destituído de sua própria dignidade.

Quantos países mais os socialistas pretendem destruir — quanta desgraça ainda precisam causar —, para o mundo perceber que as nefastas e degradantes ideologias de esquerda são deploráveis vórtices de morte, caos, sofrimento e destruição?

Infelizmente, os argentinos estão trilhando um caminho sórdido e aflitivo, e hoje sofrem as nefastas consequências de ter a esquerda no poder. O dissimulado cárater inicial aparentemente paternalista e afável do socialismo não demora a mostrar sua verdadeira face, conforme os problemas vão surgindo; aí, suas garras tirânicas e implacáveis começam a asfixiar e oprimir a população.

Assim que as coisas começam a dar errado — o que sempre acontece —, a situação sai fora de controle. Pessoas economicamente ignorantes não conseguem compreender que a irracionalidade econômica tem consequências catastróficas sobre a produtividade e cobra o seu preço em vidas humanas.

Os argentinos que podem sair do país estão saindo. E não são apenas os ricos, mas a classe média, os profissionais liberais, os pequenos empreendedores e todas as pessoas que ainda possuem reservas econômicas. Elas sabem perfeitamente que o seu país trilhou um caminho sem volta, onde não há a menor possibilidade de retorno, e agora o seu destino inevitável é a miséria, o caos e a ruína absoluta. Para quem pode, não existe alternativa melhor do que fugir.

Evidentemente, a esquerda política não vai querer assumir a responsabilidade por toda essa desgraça. Como sempre, ela tentará se eximir da culpa. Em breve, vamos ver a esquerda entoar as mesmas cantilenas genéricas de sempre, visto que certamente passarão a dizer que a Argentina nunca foi socialista — como sempre fazem quando um país socialista entra em colapso.

Já proferem afirmações dessa natureza com relação a Venezuela, afirmando que ela nunca foi socialista, que o chavismo é de direita e que o bolivarianismo é um regime capitalista. Infelizmente, socialistas são criaturas irracionais e intransigentes; não se importam nenhum pouco com seres humanos, apenas com sua decrépita e opressiva ideologia de estimação.

Socialistas estão sempre buscando obsessivamente concretizar a sua sórdida, deplorável e infantil utopia ideológica, mas — como as crianças mimadas e ingênuas que são — nunca param para prestar atenção nas trágicas consequências que suas políticas acarretam no mundo real. Como os militantes fanáticos que são, lamentavelmente não possuem humildade suficiente para reconhecer que estão errados.

A sua voracidade por controlar tudo e todos não conhece limites, e o modo de atuação predatório dos psicopatas políticos que chegam ao poder é sempre o mesmo em todos os países onde eles se tornam o governo vigente. Eles exploram o setor produtivo ao máximo, destroem a economia com exacerbado e implacável intervencionismo soviético e depois colocam a culpa por todas as desgraças que eles mesmos criaram no imperialismo americano e no neoliberalismo.

Socialistas não passam de crianças histéricas, irracionais e prepotentes, completamente desconectadas da realidade. Nada de novo debaixo do sol. Já vimos essa novela antes, e sabemos perfeitamente como ela termina. E infelizmente, não termina nada bem.

Wagner Hertzog

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