“Pois que adianta ao homem ganhar o mundo todo e perder sua alma?” (Marcos, 8.36 – Bíblia).
Daniel Silveira, Danillo Gentili, Caio Copolla. Três nomes conhecidos. Três funções distintas: o primeiro é político, o segundo é apresentador e humorista, o terceiro analista político. Os três se notabilizaram por fazer críticas ácidas ao poder indiscriminado das mais diferentes “autoridades” do Brasil.
Daniel Silveira, Deputado Federal (PSL-RJ), é um fortão que foi eleito prometendo aos eleitores um duro combate às injustiças e roubalheiras no Brasil. Dizia nada temer. Fez um vídeo onde proclamou aos quatro ventos:
- "O que acontece, Fachin, é que todo mundo tá cansado dessa tua cara de filha da puta, que tu tem, essa cara de vagabundo, né? [...] Por várias e várias vezes já te imaginei levando uma surra". No vídeo, Silveira afirmou que os 11 ministros do Supremo "não servem para p... nenhuma para esse país", "não têm caráter, nem escrúpulo, nem moral" e deveriam ser destituídos para a nomeação de "11 novos ministros".
Foi preso injustamente. A ordem de prisão partiu de outro Ministro do Supremo que foi chamado de Xerife pelo Ministro Marco Aurelio. Na prisão chorava todos os dias, segundo notícias publicadas nos jornais. Quando teve oportunidade de se defender, mudou o discurso e manso como um cordeirinho disse:
- “Reconhecendo, sempre reconheci, a importância do Supremo Tribunal Federal. É uma instituição muito importante. Outrora, em ataques, por exemplo -- não estou atacando os ministros aqui de maneira alguma -- mas já me contrapus a decisão de vários ministros. São ministros que decidem realmente toda a jurisprudência, mas que às vezes tomam uma decisão que nós não entendemos, não vemos a ilegalidade do fato, ou às vezes caímos ali no campo da discussão totalmente ideológica. E muitas vezes somos movidos pela raiva, mas em nenhum momento isso me torna um criminoso."
Todos nós ficamos atônitos. Onde estava o homem fortão? Onde o defensor dos fracos e oprimidos? Por que não sustentou o discurso que o elegeu? Por que não gritou contra a forma injusta pela qual foi preso? Dizia defender os injustiçados, e quando foi injustiçado ao invés de se revoltar rastejou e bajulou seus verdugos! Por que não reafirmou todos os crimes cometidos pelos Ministros? Chorou como um menor abandonado, pedindo ajuda e implorando perdão...Como acreditar em um homem desses?
Que belo exemplo teria dado Daniel Silveira aos que votaram nele e aos que não votaram, se não tivesse se acovardado!
Mas agora conhecemos seu coração!
Danillo Gentili, o apresentador-humorista, um homem-grande de um metro e noventa, que também afirmava para todo Brasil que era corajoso e indomável, atacou pelas redes sociais:
- "Eu só acreditaria que esse País tem jeito se a população entrasse agora na câmara e socasse todo deputado que está nesse momento discutindo PEC de imunidade parlamentar".
A Procuradoria Parlamentar da Câmara dos Deputados pediu ao ministro Xerife-Alexandre de Moraes a decretação da prisão do humorista. Na peça, os advogados alegam violação à Lei de Segurança Nacional, comparam a publicação à invasão do Capitólio americano, em janeiro, e pedem abertura de inquérito.
De novo, incrédulos, assistimos o outro defensor dos oprimidos, com medo de ser preso, escrever no Twitter bajulações aos deputados e covardemente afirmar:
- “Eu fiz um tuíte que foi alvo de justas críticas por alguns deputados. Quem me segue sabe que sempre defendi as instituições. Aliás, minha briga com bolsonaristas foi justamente pelo fato de eu ser contrário aos pedidos criminosos de fechamento do STF e do Congresso”.
Como acreditar em um sujeito desses? Na primeira batida de pé sai correndo e pedindo arrego... Por que não aproveitou e esfregou na cara dos deputados todas as malandragens cometidas por eles? Por que não serviu de porta-voz aos oprimidos e preferiu se acovardar? Que tipo de homem é esse?
Também este abriu seu coração para nós!
Caio Copolla, jovem e brilhante comentarista, nunca prendeu ninguém, não é fortão, não vive contando vantagens e todos os dias na CNN abre sua metralhadora giratória e com inteligência detona Ministros do Supremo criticando suas arbitrariedades. Cansado de só falar, o jovem Caio resolveu agir e fez um vídeo em que pede aos brasileiros apoio para o Impeachment do Ministro-Xerife-Alexandre de Morais, protocolado pelo Senador Jorge Cajuru.
Mostrando toda indignação e revolta do povo brasileiro, em menos de 24 horas o abaixo-assinado já atingiu a incrível marca de quase dois milhões e quinhentas mil assinaturas, rumando à casa dos 3 milhões. É surpreendente a participação da população brasileira. É notável sua repulsa ao Ministro-Xerife e a todos os seus atos, que são referendados, diga-se de passagem, por todos os outros Ministros. E é um fato que a posição tomada pelo povo, apoiando o Impeachment, respinga em todos os 11 ministros.
Somos homens livres, conservadores, racionais, não com a liberdade aludida por Danillo Gentili, que disse...” minha briga com bolsonaristas foi justamente pelo fato de eu ser contrário aos pedidos criminosos de fechamento do STF e do Congresso”. Nenhum homem livre pede o fechamento do Congresso ou do STF, mas pede que saiam das instituições maiores do país aqueles homens que a estão deslustrando, desonrando, que se apossaram dessas instituições e agem como Deuses. A parte mínima não pode ser tomada pelo todo.
Somos homens livres, racionais, conservadores, não como Daniel Silveira, que se acovardou frente ao primeiro desafio. Acovardou-se frente a primeira montanha em seu caminho, a qual precisava fazer uma amarga escolha: “Sobe ou perece!” Acovardou-se frente à selva que precisava limpar. Acovardou-se perante o deserto que estava à sua frente e que gritava a ele: vença-me!
Somos homens livres, racionais, conservadores como Caio Copolla, que não fugiu da batalha. Lutamos por um Supremo constituído por verdadeiros sábios e que seja um núcleo irradiador de verdade e justiça.
Exigimos que os Senadores aceitem o pedido de Impeachment, pois é o povo que os elegeu que está demandando. Você que é livre, racional e conservador assine também. Eis o link para o abaixo-assinado:
Este texto foi inspirado na escritora americana Ângela Morgan e seu poema “Se a Natureza quer fazer um Homem” (When Nature Wants a Man) e concluo com os versos da canção de Raul Seixas:
“Oh morte, tu que és tão forte/ Que matas o gato, o rato e o homem/ Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar/ Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva/ E que a erva alimente outro homem como eu/ Porque eu continuarei neste homem/ Nos meus filhos, na palavra rude/ Que eu disse para alguém que não gostava/ E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite” (Canto Para Minha Morte – Raul Seixas).
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Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)