‘Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder’.
A celebre frase de Abraham Lincoln, tem o sentido inverso nos rincões de Mato Grosso do Sul.
Enquanto esteve no poder, o ex-governador André Puccinelli soube conservar uma aura de bom moço e bom administrador, um ser intocável.
Para tanto montou um gigantesco esquema, uma azeitada máquina que, segundo o dizer do Gaeco, na operação Coffee Break e da Polícia Federal, na operação Lama Asfáltica, tratava-se de uma perigosa organização criminosa.
Muita gente chegou a acreditar, alguns ainda acreditam, que André Puccinelli seja possuidor das qualidades inerentes a um ‘grande administrador’. Um grande engodo.
André, na realidade, é um excepcional marqueteiro, que, sem dó, nem piedade, gastava nababescamente o dinheiro público, com muitas obras – todas caríssimas, superfaturadas e de péssima qualidade e farta propaganda enganosa. Projetando assim, a falsa imagem de grande gestor.
E, de fato, o esquema montado pelo ex-governador, com o objetivo de iludir a população, foi muito bem preparado.
Paralelamente, André não titubeava na distribuição de propina e no permanente aliciamento dos demais poderes – Legislativo e Judiciário – além do controle quase que absoluto do Ministério Público – salvando-se algumas atuações isoladas de alguns poucos mais aguerridos.
Resultado: enquanto esteve no poder, praticamente não era importunado. Algumas tentativas nesse sentido eram impiedosamente abafadas.
Retornando a frase de Abraham Lincoln, somente agora que está sem poder e sem condições de manipular autoridades a seu bel prazer, estamos finalmente conhecendo esta indecência, que, o tempo vai mostrar, prejudicou enormemente o desenvolvimento de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul.
Lívia Martins
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da Redação