Romeu Zema, o último bastião dos governadores, sucumbe ao sistema! (veja o vídeo)
16/03/2021 às 07:19 Ler na área do assinanteO governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que começou seu mandato titubeante quanto a seu posicionamento político frente ao que se desenhava no confronto que passamos a assistir no Brasil. De um lado, as decisões do governo federal e do outro a caixa de ferramenta da oposição que foi se abrindo e multifacetadas ações, de toda ordem, passaram a ser praticadas.
Pressionado por sua inexperiência no trato político, e com pressões do seu próprio partido, o NOVO, teve que se virar no enfrentamento, tanto na política interna (no estado), quanto na externa (Brasil). Amparado por sua própria personalidade, Romeu Zema passou a entender os caminhos que deveria seguir, e com isso teve que administrar sua própria evolução e com ela criou atritos. Sua independência incomodou setores políticos. A esta altura, final do seu primeiro ano de governo, não ficou estigmatizado por ser oposição ou situação com relação ao governo federal.
Veio a pandemia! O que já era efervescente na política passou a ser escaldante, especialmente para os governos estaduais e municipais. O medo da “quebradeira” é o que norteou o rumo que cada governante ia tomar. Respaldados por decisões do STF, hoje, entendemos qual caminho cada um escolheu. Romeu Zema optou pelo caminho do diálogo, e em reunião com o governo federal traçou certo alinhamento de sua política econômica e de controle da pandemia.
Preservou isso durante todo o ano de 2020, mas nem tudo eram flores. O descontentamento do seu partido e de setores da Assembleia Legislativa mineira, cravou um espinho gigante em sua garganta, monitorado por caciques nacionais, mas não se sabia o que era, e nem mesmo se supunha isso em qualquer tipo de análise sobre seu governo. Mas tinha um comportamento que agradava, que não se curvava a desmandos, especialmente com a sinceridade que tratava suas interlocuções, seja com a imprensa, seja com o partido, oposição ou com os aliados, tanto que passou a ter destaque nacional entre os governadores. Muitos o consideravam o melhor governador do país, em plena pandemia. E ainda tinha a seu favor, números que mostravam o sucesso de suas ações, com os melhores índices do país no controle pandêmico.
Discreto, conseguia impor, sem traumas, ações consideradas impopulares, e sem sobressaltos, se posicionava contra um sistema de enfrentamento criado pela oposição contra o governo federal, a esta altura já consolidada.
Mas estranhamente, pouco tempo depois de negar, junto com outros 6 governadores, a assinar uma carta aberta contra o governo Bolsonaro, e ao que parece, seu último ato de bom senso, Zema decretou o fechamento de várias cidades na região do triângulo mineiro e do Alto Paranaíba, com um agravante: promoveu ali o inconstitucional TOQUE DE RECOLHER. A pressão aumentou!
Num episódio grave, popularmente chamado de caso “fura-fila” na escala da vacinação no estado, mas que deixou transbordar cicatrizes de que algo acontecia nos bastidores de seu governo, Zema exonerou seu secretário de saúde (protagonista da crise do fura-fila). Mas não era só isso! Tem caroço nesse angu.
E no angu... a mudança repentina do governador na sua política de controle sanitário, que não coincide com o crescente, mas duvidoso, aumento de casos e de mortes por covid, Zema usa isso como pano de fundo para o ápice de sua própria transformação. Como um cometa, um bólido, constrangedoramente estranho e irreconhecível, quase inexplicável! Falta o caroço?
Nesta segunda-feira, 15 de março, para todo o estado de Minas Gerais, Zema anuncia fechamento geral do comércio, exceto, os tais “essenciais”, e com um tira-gosto para acompanhar o menu; o TOQUE DE RECOLHER. A medida passa a vigorar nesta quarta-feira, 17 de março, portanto, resta ao governador refletir seu futuro em poucas horas que lhe restam. Ou levará, para sempre, a indelével marca dos ditadores de plantão, e o desprezo do povo!
Tirou 500 mil litros de leite, mas com apenas um chute no balde, não só derramará tudo, como matará a vaca!
Veja o vídeo:
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Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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