O discurso da marginalidade ao que parece, reside em práticas que banalizam a vida e torna a realidade, algo mais tolerada, aceita, num conformismo que parece se acentuar, mediante a impunidade do crime.
De repente, a imagem que temos do criminoso, parece ser alheia ao que de fato ele representa no "tecido social", profundamente marcado por tragédias que afrontam a vida e a liberdade.
A cada cena que vem ao nosso encontro, fica uma sensação clara de que estas imagens apenas produzem e reproduzem o caos em que se encontra a sociedade envolta em teias de violência explícita, e criminalidade em alta.
Como interpretar a vida marginal de quem pouco ou quase nada usufruiu da existência, e que se dedicou a práticas corrosivas, violando leis e ironizando vítimas?
A sina comum de quem ousa negar a si mesmo a chance de crescer na direção de uma postura ilibada, distante daquilo que consideramos resultado avesso às leis e ao bom comportamento social, quase sempre colide na formação de um caráter degenerativo e opressor, resultando numa formação de uma personalidade decomposta de sensibilidade aos mais altos e sublimes alvos da vida, quais sejam, a moral e a reputação dignas, aptas a uma boa relação e convivência humana.
Percebo com certa preocupação o quanto tem crescido no seio da sociedade o surgimento de uma geração que precocemente se deixa envolver pelo vício, construindo uma relação marginal distinta de preceitos de retidão e respeito à família, aos outros, como também a si mesmo.
Como resultado desta escolha infeliz, temos a lamentar o crescimento da mortalidade entre jovens e a formação de uma coletividade cada vez mais corrosiva, entregue as incessantes preocupações diante do esfacelamento da família como “célula mater” de uma totalidade que se mostra cada vez mais enferma.
Pio Barbosa Neto
Professor,escritor, poeta, roteirista
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Pio Barbosa Neto
Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará