Em evento, Barroso se alinha a Huck e adota discurso contra Bolsonaro
06/03/2021 às 12:16 Ler na área do assinanteO apresentador da Rede Globo, Luciano Huck, e o ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, participaram de evento político, na quinta-feira (4), e aproveitaram o momento para dirigir uma série de críticas veladas ao Governo Federal e ao chamado “bolsonarismo”.
Barroso, inclusive, chegou a dizer que o Brasil vive um “sequestro da narrativa” daquele que se elegeu com discurso anticorrupção.
O debate foi promovido pelo grupo “RenovaBR”, que se intitula de formação política. “Preocupado” com a credibilidade do sistema eleitoral, Huck questionou Barroso sobre como o TSE reagiria aos “ataques”. Ao passo que o presidente do TSE respondeu que há três fenômenos que impactam a democracia: populismo, extremismo conservador e autoritarismo.
“Isso impacta o mundo inteiro e o Brasil, inclusive”.
O autoritarismo, segundo Barroso, é uma “assombração” na América Latina.
“Uma das manifestações contemporâneas do autoritarismo é a tentativa de desacreditar o processo político e colocar em dúvida a autenticidade do processo eleitoral. O Brasil está sujeito à incidência desses três fenômenos”, disse.
Em seguida, ele tentou explicar o que seria a “tentativa de sequestro da narrativa”.
“O mensalão pela primeira vez condenou políticos e empresários por crimes como corrupção ativa, passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Foi um marco da vida brasileira. Quando o processo extrapolou o PT e chegou a mais partidos e, é essa a verdade, a determinação arrefeceu. O problema é que, no Brasil do andar de cima, todo mundo tem parente, amigo ou ente querido que estava metido em coisa errada. Forma-se um arco de aliança que tem representantes em toda parte, da imprensa até onde menos se espera, e começa[-se] a trabalhar para desacreditar tudo”, falou.
Huck condenou a suposta falta de diálogo no Brasil e completou:
“A sensação que eu tenho, Eduardo, é que falta o adulto na sala, sabe? E você, a meu ver, tem sido uma voz ouvida no cenário nacional, hoje em dia, uma voz ponderada, uma voz defendendo a sensatez no trato da gestão pública. E acho que esse é o melhor caminho”, declarou o “quase presidenciável”, bajulando o governador tucano.
Em outro momento, o global havia se reunido com a ex-ministra Marina Silva (Rede) e a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), no painel virtual Davos Lab Brasil, iniciativa do Fórum Econômico Mundial, e suas “participações” no cenário político têm “subido o tom” contra o presidente Bolsonaro.
Não se sabe, no entanto, se o apresentador da emissora carioca vai assumir o lugar do colega Fausto Silva, na atração de domingo ou se vai enveredar para a política brasileira como há anos ele tenta fazer.
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Fonte: Estadão