Categórico, Guedes afirma: "estatal boa é a que foi privatizada"
03/03/2021 às 13:30 Ler na área do assinanteAinda sendo questionado sobre a troca no comando da Petrobras – empresa brasileira mista (estatal e privada) e o reajuste no preço dos combustíveis, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não poupou palavras e reafirmou o que pensa sobre as estatais do Brasil. Porém, adiantou que a última palavra sobre o assunto é do presidente Jair Bolsonaro.
“Pra mim, estatal boa é a que foi privatizada”, disparou, sem medo das críticas, em entrevista à rádio Jovem Pan.
E completou:
“Mas, o presidente sempre foi claro, disse: ‘Petrobras, BB e Caixa eu não vendo agora’. Ele tem a última palavra”, garantiu.
Guedes usou o momento para explicar que, na visão da população brasileira, a alta no preço dos combustíveis é de responsabilidade do Governo Federal e, por isso, trata-se de um “problema político sério”. Mas, declarou estar aflito mesmo com outras duas estatais.
“Estou preocupado com Eletrobras e Correios”, revelou.
Sobre a troca na direção da Petrobras, o ministro frisou, com tranquilidade, que o presidente Jair Bolsonaro tem o direito de indicar outra pessoa para a presidência da petroleira.
“Do ponto de vista político, é totalmente compreensível”, disse.
Ele lembrou que o presidente não controlou o trabalho de Roberto Castello Branco, na presidência da empresa; tanto que ele voltou a reajustar os preços dos combustíveis, mesmo após Bolsonaro sinalizar que indicaria outro nome para o comando da Petrobras.
Guedes “abriu o jogo” na entrevista e disse que, quando entrou no governo, "brigava toda hora". Mas, que a “responsabilidade enorme” do cargo o tornou mais “humilde, simples e cooperativo”.
“Entrei querendo controlar gastos e gastei muito mais do que jamais imaginei (por conta da pandemia). Você tem que mudar de rota e, assim que possível, voltar pra responsabilidade fiscal.”
Sem “papas na língua”, o ministro garantiu que a Petrobras foi “assaltada à luz do dia durante 10 anos, quase quebrou e tinha governança”.
E finalizou:
“Como ministro, vou fazer o meu trabalho.”
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Fonte: Valor