A lista da vergonha: 364 deputados assinaram o atestado de óbito da democracia

20/02/2021 às 16:47 Ler na área do assinante

A Câmara dos Deputados desceu mais um degrau, provavelmente o mais baixo de sua história, ao ratificar e atestar subserviência ao poder autoritário do STF, no dia 19.

Precedente histórico: daqui pra frente, a Câmara é puxadinho do STF.

Triste Brasil.

Numa sessão - ou crucificação medíocre - mal puderam esconder o objetivo combinado, o de julgar o CONTEÚDO do vídeo de Silveira, e não o que realmente deveria ser, a LEGALIDADE da ação do STF.

Cachorrinho abanando o rabo enquanto ainda tem rabo.

O precedente aberto permitirá - e é um consolo - que o STF prenda ou desprenda quem quiser entre os deputados, basta querer.

Qualquer um deles, agora, está sujeito à sanha autoritária e ditatorial do STF, basta desafiá-los.

A lama de Brasília hoje se espalha pelo país.

Como brasileiro, apenas, sem vinculações direitistas, bolsonaristas, esquerdistas, centristas e especialmente radicalismos, sinto hoje uma profunda vergonha desses políticos.

O Brasil não merece isso, de forma alguma.

Finalmente, as vias legais - para quem fala tanto em legalidade - foram jogadas na lata do lixo.

Se houve ofensa de Silveira, legalmente deveria ser julgada pela Comissão de Ética.

Ilegal e arbitrariamente, o que os deputados endossaram, um homem julgou, condenou e prendeu.

A vergonhosa sessão na Câmara transcende em muito o simples julgamento da legalidade da prisão de um deputado.

Foi uma definição de poder.

A partir de agora, já se sabe que quem manda na bagaça é o STF.

Sem canhão, tomaram o poder.

E ponto.

O precedente aberto permitirá - e é um consolo - que o STF prenda ou desprenda quem quiser entre os deputados, basta querer.

Qualquer um deles, agora, está sujeito à sanha autoritária e ditatorial do STF, basta desafiá-los.

A lama de Brasília hoje se espalha pelo país.

Com sangue nos olhos, cegos pela mediocridade e vontade de atacar o inimigo, que supostamente defendeu o AI-5, os deputados afiançaram algo muito pior: uma ditadura judiciarista escancarada.

E pior: condenaram todo o povo brasileiro a ela.

A visão limitada, embotada e alienada dos deputados ficou mais do que clara.

Essa sessão histórica irá para os livros - especialmente por se tratar da defesa de um de seus pares - como uma das mais degradantes da existência da Câmara.

Vimos, pasmos, um poder se ajoelhar a outro docilmente enquanto hipocritamente esbravejava pela 'independência de poderes.'

Esquerda, direita, centro, seja o que for, foram lesados e estão sujeitos a partir de agora, não à lei, mas à vontade de 11 ministros.

Se os bons - poucos, raros - jamais terão voz na cidadela malcheirosa, como vimos, vou usar o direito que ainda me resta – ainda - e a partir de agora não voto mais.

E viro um defensor ferrenho - nunca imaginei - do voto nulo.

Não compactuo mais com filho da puta.

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