Uma breve retrospectiva das principais “maldades” de Maia, um homem que fez muito mal ao povo brasileiro

02/02/2021 às 12:12 Ler na área do assinante

Aos oposicionistas que “lamentaram” a saída de Rodrigo Maia (DEM-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados, Felipe Martins, professor de Política Internacional e analista político, fez um brilhante resumo para “refrescar” a mente dos desavisados.

Confira a íntegra do texto:

Em 2016, após a renúncia de Eduardo Cunha, da Presidência da Câmara, Rodrigo Maia inovou e articulou um tal de “mandato tampão” de Presidente da Câmara dos Deputados. Ali, de modo legalmente duvidoso, Maia ocuparia, pela primeira vez, a presidência da Câmara.
A primeira gestão de Maia como presidente da Câmara foi marcada pela sabotagem constante dos esforços de reconstrução do Brasil pós-impeachment, através de projetos pensados para minar o trabalho de Henrique Meirelles e que acabariam conhecidos como “bombas fiscais”.
Hoje, boa parte dos mais de R$ 300 bilhões em renúncias que agravam o déficit das contas públicas e inibem o poder de ação do Governo Federal possuem as digitais de Rodrigo Maia. Inacreditavelmente, a mídia tentava nos convencer de que ele defendia a responsabilidade fiscal.
Em 2017, ignorando a Constituição Federal (art. 57, §4º) e o Regimento Interno da Câmara, Maia se lança candidato e, assim, ocupa a Presidência da Câmara dos Deputados, mais uma vez, de forma, legalmente, questionável e dá seguimento à sabotagem da reconstrução do Brasil.
Em 2019, contrariando, novamente, a Constituição Federal, em seu Artigo 57, §4º, Maia sustenta que reeleição para legislaturas diferentes não se encaixa no veto constitucional, o que é, obviamente, uma violação das regras do jogo, e se lança candidato outra vez.
Com a ajuda de Joices, Bebbianos e Frotas, que sabotaram a articulação da Casa Civil e fizeram do PSL o primeiro partido a apoiá-lo formalmente (sim, o primeiro!), Maia se elege Presidente da Câmara, de modo, legalmente, questionável pela terceira vez.
O argumento daqueles que minaram a construção de uma possível candidatura do Governo Federal era de que Maia seria o presidente que apoiaria as reformas estruturais. Nada mais falso: ele se mostraria o mesmo sabotador de sempre, trabalhando, constantemente, contra as reformas.
Por ocasião da primeira reforma, a da Previdência, Maia fez a sua primeira maldade. A equipe econômica havia proposto que idosos carentes - que tivessem entre 60 e 65 anos - recebessem um auxílio individual no valor de R$ 400, que seria escalonado até um salário mínimo, aos 65 anos.
O Brasil tinha mais de um milhão de idosos carentes, recebendo Bolsa Família e outros dois milhões de idosos aptos a receber o benefício proposto no projeto original da reforma da previdência. Cada idoso recebia, à época, o valor do benefício básico do Bolsa Família, de R$ 89.
Ou seja: se Maia não tivesse sabotado a proposta do Governo, em vez de um milhão de idosos carentes recebendo R$ 89 POR FAMÍLIA, teríamos três milhões de idosos recebendo R$ 400 INDIVIDUALMENTE. Um casal idoso carente, hoje, conta apenas com R$ 89. Sem a maldade de Maia, receberia R$ 800.
Foi Rodrigo Maia quem inaugurou a campanha da mentira, dizendo que Bolsonaro queria pagar menos que um salário mínimo aos idosos e não permitiu ao Presidente ter essa marca social em seu governo. Para sabotar o governo, Maia não teve compaixão com quem mais precisava de ajuda.
Depois, ele se negou a pautar privatizações e reformas; deixou caducar as MPs do balanço das empresas e da carteira estudantil; barrou a CPI da UNE; e até a MP da regularização fundiária, que permitiria ao Governo saber o CPF de quem comete crimes ambientais, ele engavetou.
Ao todo, foram quase 30 MPs que deixaram de beneficiar nosso país e nossa economia, graças à mesquinharia de Rodrigo Maia. Tudo, claro, com a cumplicidade da velha imprensa em geral e da Rede Globo em particular.
Uma de suas últimas sabotagens foi interditar, na reforma tributária, a desoneração da folha de pagamento, o que diminuiriam os custos do emprego e formalizaria 30 milhões de trabalhadores informais. Felizmente, com a derrota de Maia, o governo poderá reverter esse bloqueio.
Os últimos dias, porém, colocaram Maia no lugar que lhe cabe na história. Isolado, perdeu o apoio do próprio partido e da Mesa Diretora eleita com ele. Bloqueou amigos no Whatsapp, berrou ao telefone e deu inúmeras declarações emocionadas e, completamente, sem nexo.
Esse é o fim de quem trabalhou durante quatro anos contra os demais parlamentares, contra dois presidentes da República, contra a agenda eleita nas urnas em 2018 e contra o povo brasileiro; bloqueando pautas de interesse do país em nome de um projeto pessoal de poder.
Agora, resta a Maia trabalhar para ser ministro de alguma candidatura fadada a amargar uma derrota em 2022; já que suas chances de reeleição são mínimas e que, logo, além de perder o direito de usufruir de jatinhos da FAB, ele perderá também o foro privilegiado.
Rodrigo Maia quis voar alto, próximo ao sol, sem se dar conta de que suas asas eram de cera e que seu peso era, demasiadamente, elevado. Agora, tudo o que resta a ele é a “queda livre”.

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