Médico que há 10 anos denuncia problemas na saúde, revela o “protocolo da morte” em Manaus (veja o vídeo)

30/01/2021 às 19:10 Ler na área do assinante

O programa Contraponto da TV JCO, recebeu na sexta-feira (29) o médico Mario Vianna, presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas. Ele fez denúncias graves que ajudam a entender porque a saúde está em crise na região. Vianna contou que denuncia os problemas há dez anos.

“A saúde na região Norte, e no Amazonas não é diferente, sempre foi esquecida. E nos últimos anos, pelo menos nos dez últimos anos que estou à frente do sindicato, a gente vem denunciando isso sistematicamente. Em 2019 a gente vivia uma situação bem complicada, 100% do serviço de emergência e urgência de Manaus são de empresas de saúde terceirizadas.
Naquela ocasião, tínhamos de 5 a 8 meses de atraso salarial dessas empresas, uma situação de falta de insumos, equipamentos danificados. Pedimos uma audiência ao Mandetta - segundo o ex-ministro, o governador do Amazonas chegou a pedir que eles não nos recebesse, mas Mandetta nos recebeu. Apresentei a situação do Amazonas, ele ficou muito impressionado e pedimos que fosse feita uma intervenção federal, tal a situação calamitosa já naquela época.
O então ministro Mandetta disse que a intervenção era muito complicada, do ponto de vista político, e prometeu que iria mandar uma comitiva. Essa comitiva nunca chegou, chegou no início desse ano, com a pandemia já em andamento”, explicou o médico.

Protocolo da morte?

Pelas denúncias que tem feito, o médico está sendo processado e revelou que está com medo.

“Vi uma reportagem no Fantástico, na qual uma médica do SAMU era entrevistada contando o drama que era entregar pacientes nos prontos atendimentos. O jornalista perguntou o que ela fazia quando não conseguia entregar os pacientes.
Ela disse que eles estavam orientados a iniciar um protocolo, com morfina, para analgesia do paciente, reduziam o oxigênio e esperavam o falecimento do paciente. Eu particularmente fiquei horrorizado com isso e resolvi gravar um vídeo, eu entendi isso como eutanásia. Tive um encontro com uma liderança dos condutores de ambulância e ele disse que dezenas de mortes têm ocorrido dentro das ambulâncias.
Pedi que o Conselho de Medicina apurasse os fatos, por conta disso, estou sendo processado pela Procuradoria Geral do Estado, e sendo ameaçado de todas as formas”, ressaltou.

Confira:

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