A efervescência dos engenheiros de Dilma Rousseff
27/04/2016 às 02:11 Ler na área do assinanteÉ vergonhoso o artifício encontrado por nossos políticos para ficar bem com o Planalto.
Para resolver os graves problemas da Educação, Saúde e Segurança, a engenharia criativa de nossos ‘doutos’ políticos não funciona.
Um grupo de seis senadores, encabeçado por Randolfe Rodrigues (REDE-AP), Cristovam Buarque (PPS-DF), João Capiberibe (PSB-AP), Walter Pinheiro (S/Partido-BA), Lídice da Mata (PSB-BA) e Paulo Paim (PP-RS), propõe novas eleições ainda este ano para os cargos de presidente e vice-presidente da República.
A Constituição brasileira não pode ser palco de constantes acertos para acomodar interesses políticos.
Não existe golpe algum, em andamento, na defenestração da presidente da República. O próprio STF assim já se posicionou.
Golpe é o que se está agora pleiteando com a PEC 20/2016, para aliviar a dor de Dilma Rousseff.
É o famoso jeitinho brasileiro de encontrar soluções mágicas, tão arreigado na cultura política e de difícil combatividade.
A regra constitucional deve ser respeitada e não modelada para impedir que o senhor Michel Temer possa a vir a suceder Dilma Rousseff.
Essa manobra, engendrada por meia dúzia de políticos, é uma grande vergonha.
E o STF, como guardião constitucional, deveria se manifestar por sua inconstitucionalidade.
A maioria do povo brasileiro - como já ficou substantivamente expressada pelas pesquisas, bem como pela substantiva manifestação de ruas, não vermelha, de mais de 6 milhões de cidadãos – deseja sim a cassação do mandato de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a extinção do PT.
O povo brasileiro não saiu às ruas para exigir novas eleições no Brasil!
O subterfúgio ora encontrado, por alguns parlamentares, vem ao encontro dos interesses apenas do PT, que chafurdou o país.
As instituições estão funcionando normalmente, o STF atua plenamente, e o Senado Federal não pode se constituir em peça da engrenagem do PT.
A hipótese da antecipação para outubro/2016 de novas eleições para presidência da República, além de se constituir em uma manobra golpista contra a regra constitucional, revela que o Parlamento brasileiro opera de acordo com os interesses políticos.
A PEC 20/2016 cria um precedente vergonhoso e inaceitável.
Júlio César Cardoso
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado.