A pandemia comprova que não podemos acreditar neste tal BRICS: "China e Índia rasgam e atiram no lixo tudo que assinaram"
21/01/2021 às 07:21 Ler na área do assinanteA China avisou que só entrega os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) ao Brasil, para o fabrico do Coronavac, no mês de fevereiro. E a Índia anunciou que deu início à exportação da sua vacina, mas o Brasil não está entre os destinos prioritários. Mas peraí, China e Índia não são dois países parceiros que, ao lado do Brasil, Rússia e África do Sul, formam o chamado BRICS?
E o BRICS não foi criado para o desenvolvimento e a ajuda recíproca dos países com o objetivo:
De um banco de reservas emergenciais para eventuais socorros econômicos?
Do fortalecimento das economias dos países?
Do estabelecimento de cooperação nas áreas técnica, científica, cultural e no setor acadêmico?
Pois é justamente nesta quadra dolorosa da vida da Humanidade, que todos os países - principalmente o Brasil, que integra esta entidade internacional -, mais precisa deste tal BRICS. E este tal BRICS desaparece. Não se faz presente. Se omite. Se esconde. Cruza os Braços.
E pior do que isso, China e Índia, que são as letras "C" e "I" da sigla, nos dão as costas. Uma, retarda o envio dos IFA(s). A outra, inicia a exportação da vacina, mas não inclui, como destinatário, seu consócio, seu parceiro, o Brasil.
Onde está a tal "cooperação na área científica", que é um dos objetivos da instituição?
E é de cooperação e de Ciência que estamos falando. Falando e necessitando, com urgência.
A Fiocruz e o Butantan estão aí, preparados para receber vacinas e os insumos IFA(s) e iniciar o que lhes cabem e sabem fazer. Mas a China e Índia desprezam o pacto que solenemente firmaram em 2009, ano da formação do BRICS.
Em Dezembro de 2015, o governo brasileiro assinou o Decreto nº 8624, que promulga e oficializa a integração do Brasil no Novo Banco de Desenvolvimento com os quatro outros países integrantes do BRICS. E anexo ao decreto, os 49 artigos basilares do novo banco, todos aparentemente promissores e do interesse dos países subscritores e de seus povos. Só aparentemente, porque veio o Coronavírus-19 e mostrou que o escrito não vale
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/decreto/D8624.htm
E tem mais. Em 14 de Novembro de 2019, sob o comando do presidente Jair Bolsonaro, ocorreu a 11ª Cúpula do BRICS que, ao final do encontro, expediu a denominada "Carta de Brasília". Depois veio a tradicional foto: Todos em pé, lado a lado e de mãos dadas, Jair Bolsonaro (Brasil), Vladimir Putin (Rússia), Nahendra Modi (Índia), Xi Jinping (China) e Cyril Ramaphosa (África do Sul). Nada mais falso, como comprovou o ano seguinte, 2020, com a pandemia.
E essa tal "Declaração de Brasília" contém 73 itens e vários "anexos". Cada ítem, um "primor" de intenção. Destacamos aqui dois deles, que, na essência bradaram:
"Como líderes de nações vibrantes, reafirmamos nosso compromisso fundamental com o princípio da soberania, respeito mútuo e igualdade e com o objetivo comum de construir um mundo pacífico, estável e próspero... Estamos satisfeitos, recordamos as mais de cem reuniões realizadas e saudamos as reuniões ministeriais...nas áreas de finanças, comércio, relações exteriores, questões de segurança nacional, SAÚDE e agricultura".
Destacamos "Saúde", porque é exatamente de saúde (de todos os povos) que China e Índia não estão preocupadas, mais ainda com o Brasil e sua população.
A Índia inicia a exportação da sua vacina, mas não inclui o Brasil. E a China, retarda a remessa para os brasileiros.
Não, não podemos acreditar neste BRICS. São insensíveis. China e Índia sabem que mais de um mil brasileiros morrem por dia e, ainda assim, rasgam e atiram no lixo tudo que assinaram.
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Jorge Béja
Advogado no Rio de Janeiro e especialista em Responsabilidade Civil, Pública e Privada (UFRJ e Universidade de Paris, Sorbonne). Membro Efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB)