Prefeito elogiado pela esposa deputada, é ex-petista e já havia cumprido pena por golpe contra o BB
26/04/2016 às 05:19 Ler na área do assinanteA deputada Raquel Muniz, bela e garbosa, esnobando bons princípios, dedicou o seu voto pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, como um ato pela luta contra a corrupção. Ela também fez questão de elogiar o marido, Ruy Muniz, atual prefeito de Montes Claros, em Minas Gerais, dizendo que ele, com sua gestão, tem dado demonstração de que o Brasil tem jeito.
No dia seguinte o prefeito foi preso pela prática de corrupção, sob a acusação de fraudar o atendimento em um hospital público da cidade, para com isso beneficiar uma unidade hospitalar de sua propriedade, de acordo com o que foi apurado pela Polícia Federal.
Após o fato, que chamou a atenção pela ironia da prisão, logo no dia seguinte após a votação, investigando a vida pregressa do ilustre chefe do executivo da bela cidade mineira, descobre-se que o dito cujo é ex-presidiário.
Já arrastou um ano de cana por um golpe contra o Banco do Brasil.
O roubo aconteceu em 1987. Então estudante, Muniz e seu comparsa, Setembrino Lopes, arquitetaram um golpe que resultou no desfalque de R$ 1 milhão dos cofres públicos. Ele ficou pouco mais de um ano preso.
Naquela época, pagamentos de prefeituras que tinham contas no Banco do Brasil eram feitos por meio do telex. A prefeitura encaminhava um telex com sua senha e o banco realizava o pagamento.
Setembrino, que era funcionário do Banco do Brasil, conseguiu a senha da Prefeitura de Janaúba, também no Norte de Minas. Eles foram à cidade, alugaram um equipamento de telex e enviaram um documento para a agência central do Banco do Brasil, na capital mineira, com uma ordem de pagamento equivalente hoje a cerca de R$ 1 milhão, em nome de Luiz Roberto de Souza Marques, nome fictício inventado pelos assaltantes. Muniz se apresentou como Luiz Roberto e conseguiu sacar o dinheiro. Ele aplicou sua parte no roubo. Poucos dias depois do crime, seus comparsas foram presos e o entregaram. Ruy Muniz foi preso e ficou recolhido no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) onde passou pouco mais de um ano.
Quando aplicou o golpe ele era suplente de deputado pelo PT. Depois de cumprir pena, Muniz retornou a Montes Claros onde reiniciou sua carreira política e empresarial.
O golpe é história corriqueira em Montes Claros. Na cidade, Muniz é quase uma figura folclórica.
da Redação
Assista o voto da deputada no vídeo abaixo: