Longe de mim querer tecer ou apurar qualquer análise psicológica mais profunda sobre as razões do que vou abordar aqui.
É um texto introspectivo, de autoajuda, de reflexão, quase um desabafo!
Chega a ser incompreensível as reações, especialmente as populares, com relação a tantas aberrações na conduta de autoridades, de políticos, da imprensa, de pseudoformadores de opinião. Tratativas forradas pelo mau-caráter de muitos, atravessam a mente dos incautos, dos maledicentes, dos incapazes, e trazem um prejuízo à cultura, como um todo, de um povo inteiro.
A sociedade está doente!
Outrora, sabemos, éramos enganados por muitos destes personagens, mas comparativamente aos dias de hoje, praticamente, podemos dizer assim, tratava-se de um jogo lúdico, tal a gravidade que atravessamos na nossa realidade atual.
Uma visão do inferno!
Podemos afirmar sem qualquer medo, que o mal plantado no seio da sociedade brasileira começou a florar. Não quero mirar em divisões que apartam os seres desta sociedade, expediente, aliás, que é um dos trunfos que implantam para alcançar os objetivos. Vou trilhar minhas agonias mostrando o caminho do mau-caratismo que nos assola. Vamos imaginar uma árvore, gigantesca, desproporcional. Uma única árvore, aqui batizada de FALSUM CHARACTER (em tradução livre do latim, falso-caráter, mau-caráter).
O que chamamos de aparelhamento, que se vê em todas as instâncias da sociedade civil, institucionais, e pasmem, até mesmo no meio militar, são as raízes desta árvore. Ela é profunda, sorrateira e forte, capaz de sugar tudo à sua volta. Firma-se como um pilar concretado que suporta todo o peso e estrutura que cresce acima dela.
Seu tronco é grosso, robusto, cascudo e com artérias bem distribuídas e articuladas. Sua casca, quando envelhecida pelo tempo, sucumbe, substituída por nova crosta de proteção. Já conta com seus anéis de crescimento que nos dá seu tempo de vida. É nesse tronco que está seu imperceptível veneno viscoso, volumoso, escorrendo em seiva, pronto a ser inoculado em toda sua estrutura. Não tem cheiro, não tem cor e é mutante por natureza. Neste tronco habitam aqueles que têm a capacidade de dar fluxo ao veneno. É, para ela, a árvore, um néctar!
Braços se abrem. Seus galhos. Atrevidos, ardilosos, intrépidos e agressivos, os galhos se cruzam, e avançam numa única direção. O vazio que passa a ser ocupado por estes verdadeiros tentáculos. Aquilo ou aquele que atravessa seu caminho é imediatamente rechaçado. Funciona como um chicote que dá lapadas silenciosas, porém, lacerantes e ardentes. São os braços armados, vamos dizer assim.
As folhas são como um exército. Enfileiradas, cegas, submissas e ávidas por receber seu quinhão de veneno. Estão fincadas nos galhos. Ficam ao sabor do vento. Emanam estupidez e ignorância. Acéfalas, estes seres estão disponíveis para o que der e vier. Aquelas que amarelam, caem. Aquelas rebeldes, revoltosas, são eliminadas com altas e malignas doses do veneno, mas não morrem. Ficam ali, paralisadas, sendo torturadas pelo tronco e pelos galhos, e passam a viver como as bobas da corte.
A FALSUM CHARACTER também dá frutos. São frutos compactos, duros, quase impenetráveis. Eles são mimetistas, e se camuflam com perfeição. Ora como folhas, ora como partes do galho. Enquanto acenam apetitosos, na verdade se transformam em balas de canhão ou granadas. São explosivas. Estes frutos não servem para semear. Exceto, o ódio.
E quem pensa que não tem flores, ah, engana-se! Para não dizer que não falei das flores... Brotam entre as folhas, inanimadas. Dão um ar de serenidade, fragilidade e de paz, mas são furtivas, essencialmente irônicas e hipócritas. Tem uma única função: enganar e ludibriar os românticos. São belas e perfumadas. E não passam despercebidas. São a tônica de sua existência!
Ora, você pode perguntar, e onde estão aqueles que plantaram e mantêm essa árvore de pé, viva, incólume? Eles não fazem parte da árvore. Eles não são a árvore. Eles apenas cuidam dos nutrientes e da água que a vigoram. Cultivam sua finalidade e propósito. Fazem a poda que a mantém viçosa e vistosa, e claro, tiram as ervas que lhes são daninhas do seu entorno. Os caminhos que levam até a FALSUM CHARACTER não são pavimentados. São tortuosos, cheios de obstáculos e de armadilhas. Eles cuidam do DNA deste vegetal lenhoso. Vivem nas sombras dela!
Nesta árvore não pousam passarinhos e borboletas, não sobem esquilos ou sequer um mico. Nem Pica-Paus se atrevem a tocá-las. A brisa passa ao largo, o tornado se apequena. O sol não brilha em suas imediações e a chuva se cansa de cair, sem qualquer efeito.
É como se houvesse uma aura, perversa e maldita, que impede qualquer aproximação.
O que pode trazer problemas é o juízo final. Contra a fé, não há o que fazer.
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Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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