
O Brasil político visto por inteiro: um espetáculo deprimente
25/04/2016 às 11:30 Ler na área do assinante
O Brasil Político tem uma figura similar ao iceberg, com uma pequena parte visível e a maior submersa.
A opinião publicada a qual pertencemos só vê a política pelas lentes e filtro da mídia que só mostra a movimentação do "alto clero". Sabemos que existe um "baixo clero" e também um "médio clero", mas não os conhecemos, nem nos interessamos em conhecer.
Mas na sessão da Câmara dos Deputados para votar a admissibilidade do impeachment da Presidente, atentamente acompanhada pela opinião publicada, sem o filtro da mídia, o baixo clero irrompeu e emergiu por inteiro chocando essa parte da opinião pública.
Cuja reação indignada foi negar que aquele deprimente espetáculo refletisse o Brasil Real. Mas, infelizmente, refletiu e abalou ilusões em relação à Reforma Política.
O regime eleitoral para a Câmara dos Deputados não é o distrital, mas na prática, está muito próxima a esse. A maioria dos deputados federais é eleita por um distrito principal que é o seu reduto (ou curral) eleitoral, acrescido por votos de distritos satélites ou complementares. E no seu voto o parlamentar se manifestou voltado ao eleitorado do seu distrito.
A horrenda sessão da Câmara demonstrou uma prevalência da política paroquial, e superá-la não será pelo voto distrital
Jorge Hori
Jorge Hori
Articulista