Apresento uma cidade chamada Reino da Hipocrisia, habitada por mentes e operários caridosos. Todos são ungidos. Eles têm a receita para uma sociedade perfeita, em franca expansão progressista. O jeito mais fácil de se tornar cidadão (sic súdito) dela é aderindo à sua pauta ou moral de vida ou, de uma forma mais simples, exercendo um direito que ela garante na constituição: calando-se.
No setor religioso, lá tem um Papa que prefere bichos e plantas a seres humanos ainda no ventre; que dá de dedo contra propriedade privada e liberdade individual, pouco se lixando para o sistema que nos trouxe até aqui. Eles chamam isso de cristianismo
No setor jurídico, tem um ministro do STF cujo assessor para assuntos culturais e políticos é um jogador de minecraft de cabelo azul e que sabe imitar foca muito bem; um rousseauniano que tapa os olhos para possíveis fraudes eleitorais, e que, em seu livro, defende a liberação das drogas, inclusive da cocaína. Eles chamam isso de progresso humanista.
No setor de comunicação e de informação, tem redes sociais totalitárias que suspendem contas até de Presidentes; que se entonam embaixadoras messiânicas e democráticas, permitindo liberdade de expressão apenas, é claro, para os seus cidadãos. Eles chamam isso de democracia.
No campo ideológico, lá tem artistas milionários a favor, entre outras pautas, da distribuição da riqueza (dos outros) e do desarmamento civil, enquanto gastam grana preta com seguranças armados para eles e filhos e na compra de Iphone 12 Pro Max. Eles chamam isso de defesa da causa.
Em termos de jornalismo, tem uma imprensa mainstream que escolhe palavrinhas, monta esquemas linguísticos próprios, omite fatos, tudo para que a população se sinta informada. Eles chamam isso de jornalismo.
Na política, há um pluralismo de ideias. Os seus habitantes votam em partidos cujos membros enaltecem o trabalho sem trabalhar, o estudo sem estudar, o pensamento sem pensar; a intelligentsia da cidade é formada por esses trabalhadores, estudantes e intelectuais, além de ocupantes de cargos públicos. Eles chamam isso de política.
Em tema de estudo, os professores de história ensinam que a história começou em 1789, a libertadora Revolução Francesa, e que Che Guevara foi só um revolucionário contratado por Fidel Castro para, em defesa da causa, eliminar oponentes. Eles chamam isso de o lado certo da história.No ensino fundamental, tem uma matéria que mostra partes pudendas para criancinhas e altera o vocabulário para uma espécie de palavras neutras, de gênero indefinido. Para eles, isso é ser contra a discriminação.
No judiciário, lá tem juízes que, ao seu próprio talante, mudam o sentido da constituição e das leis sem alteração no texto escrito. Eles chamam isso de jurisdição.
Em tema de igualdade econômica, tem políticos competentes que, ao invés de enriquecer a população, promovem a distribuição da pobreza; que pregam que pagar impostos é dever cívico. Eles chamam isso de erradicação da pobreza e cidadania.
Nas artes, seus artistas plásticos constroem uma vagina gigante. Eles chamam isso de arte e de combate ao patriarcalismo.
Os homens vestem saias e as mulheres deixam os pelos crescerem, além de defenderem banheiros neutros, sem discriminação quanto ao seu usuário. Eles chamam isso de tolerância e feminismo.
E, por fim, lá eles acham que ser contrário a estes ideais é promover o barbarismo. Aquele que se voltar contra tal estado de coisas hipócritas deve ser eliminado ou cancelado.
Parafraseando Roberto Campos ao inverso, o saudoso gênio liberal e suas frases fabulosas, digo que a inteligência no Reino da Hipocrisia tem um passado glorioso e um futuro promissor.
Sérgio Mello - Defensor Público no Estado de Santa Catarina
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