Para 2021, Dória corta 12% das verbas destinadas às Santas Casas e hospitais filantrópicos
09/01/2021 às 21:54 Ler na área do assinanteO governador de São Paulo, João Dória (PSDB), publicou resolução, na terça-feira (5), que reduz em 12% os repasses mensais do estado em convênios na área da saúde que não estejam relacionados à Covid-19.
A medida já está em vigor e vale para contratos já firmados, que vão afetar as santas casas, hospitais filantrópicos, prefeituras, fundações e entidades da administração direta.
A Gestão Dória justificou o corte, alegando que as despesas com insumos e serviços contra a pandemia da Covid-19 obrigaram o governo estadual a equilibrar, de forma austera, as contas públicas.
Eduardo Ribeiro Adriano, secretário-executivo da pasta, disse que não há um prazo de duração para a contenção de gastos e que os valores serão, regularmente, avaliados de acordo com as atividades de urgência e emergência do coronavírus, único combate pandêmico, segundo ele, não afetado.
Ele afirmou que a recomendação do Governo Dória é que as entidades cortem 12% das despesas previstas para 2021.
“Nesse momento, nós contamos com as santas casas para que nos apoiem. Mas, acima de tudo, apoiem a população do estado, como sempre o fizeram. Vamos superar esse momento de dificuldade”, despistou Adriano.
Assim como outros setores da economia que já se rebelaram contra as ações de Dória, a Federação das Santas Casas e dos Hospitais Beneficentes de São Paulo (Fehosp) decidiu, na quinta-feira (7), entrar na Justiça contestando a decisão do governador.
Segundo a Fehosp, o corte vai atingir 180 unidades hospitalares que atendem mais de 70% dos pacientes da Covid-19. A contenção total das verbas chega a R$ 81 milhões, que seriam utilizados em compra de medicamentos, insumos hospitalares, médicos, enfermeiros, recepcionistas e serviços de limpeza.
"Como que você vai preservar um atendimento cortando 12%? Tem Santa Casa que vai perder mais de R$ 1,2 milhão por mês. Elas já têm uma dificuldade financeira e ainda têm um corte desses? Fica muito difícil manter as portas abertas para atender a população", disse Edson Rogatti, presidente da Fehosp.
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da Redação