O gesto autorracista e infame do vereador do PSOL em Porto Alegre

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Se o objetivo do vereador afrodescendente Matheus Gomes, do PSOL, durante a cerimônia de posse dos novos vereadores de Porto Alegre, na 6ª feira, 1º de janeiro de 2021, era o de “aparecer”, esteja Sua Excelência seguro que conseguiu o seu objetivo plenamente, com “juros e correção monetária”, especialmente na grande mídia que está em plena lua de mel com a esquerda, na tentativa de recuperar as “perdas” que teve com o fechamento dos cofres governamentais que alimentavam a sua ganância, desde 1º de janeiro de 2019.

Não há grande jornal do Brasil que não tenha dado destaque ao seu estúpido, ignorante e “antipratiótico“ gesto de menosprezo ao Hino Riograndense, um dos símbolos oficiais do Estado, que constava da programação da solenidade de posse, ao permanecer, acintosamente, “sentado” durante a sua execução, juntamente com outros “colegas”.

Mas o que mais surpreende é que o dito vereador se intitula “historiador”, e no seu discurso de “protesto” e revolta descabida contra o Hino Riograndense cometeu uma “heresia” histórica sem precedentes na historiografia do Rio Grande do Sul e da Revolução Farroupilha, de 1835.

O protesto “imbecil” do vereador esquerdista, ”historiador” de “meia tijela”, se liga a um dos versos do Hino Riograndense, onde consta: “POVO SEM VIRTUDE/ACABA POR SER ESCRAVO”.

Ridiculamente, ”Sua Excelência” dá a entender que esse trecho do Hino Riograndense estaria se referindo especificamente à escravidão de negros no Brasil, e que por serem estes na época os escravos, os negros não teriam “virtudes”.

Em primeiro lugar,como “historiador”, Sua Excelência deveria estudar melhor o Hino Riograndense, e perceberia então que os valores ali preconizados são fundamentalmente valores e ideias universais, que só podem ser concebidos por grandes espíritos, jamais por políticos vulgares.

Parece que Sua Excelência não tem a mínima ideia, mesmo como “historiador”, que a escravidão não foi nenhuma invenção brasileira, muito menos gaúcha, e que nada tem a ver com a “propriedade” de negros, pelos “brancos”. No Egito Antigo ela já existia, mas o escravismo se resumia ao trabalho doméstico e militar. Também na Roma Antiga ele existiu, usado na produção das fazendas e nas obras públicas. No Oriente idem, onde as concubinas do Grande Sultão, Xeque, ou Xá, eram escravas. Não havia nenhuma “etnia” envolvida.

A escravidão esteve presente na Ásia, na Europa, nas Américas e na África. E paradoxalmente neste último continente (África) foi a mais forte de todas. O comércio de escravos era absolutamente normal e intenso entre as diversas “nações” e tribos.

Com os portugueses, o tráfico de escravos se acentuou na África, calculando-se a “comercialização” entre 8 a 100 milhões de negros, para abastecer de “mão de obra” escrava as “colônias” da Espanha e Portugal, na América. Sabe-se que no início os portugueses “capturavam” , ”caçavam” os negros para vendê-los como escravos. Mas depois passaram a comprá-los no mercado interno africano, que saía “mais barato”, para depois revendê-los. Na Senengâmbia, os portugueses chegavam a trocar um cavalo por 15 ou 20 escravos.

Tudo leva a crer que o distinto vereador está apresentando toda a conta do escravismo negro do Brasil aos guerreiros farroupilhas e ao seu hino. Além do mais, o trecho do hino considerado equivocadamente uma ofensa aos povos negros, prega uma verdade universal absolutamente incontestável. Nenhum povo dotado da virtude da liberdade permitiu-se escravizar durante toda a marcha da civilização, em qualquer tempo ou lugar. E a liberdade deve ser buscada com muita luta. Ela nunca vem “de graça”.

Mas por outro lado esse trecho do Hino Riograndense reproduz com absoluta fidelidade e pode ser considerado, i-n-f-e-l-i-z-m-e-n-t-e, um AUTORRETRATO “moderno” do Povo Gaúcho, que não teve a capacidade, a coragem, nem a “virtude”, de manter a sua independência, declarada em 11 de setembro de 1836, decorrente da Revolução Farroupilha, de 1835, através da famigerada “Convenção”, ”Tratado”, ou “Acordo” de Poncho Verde, de 1845, assinado entre o representante do “Império”, o então Barão de Caxias, e o “traidor” da Revolução Farroupilha, o General David Canabarro, que assinou o pacto apesar de não ser o representante legal legítimo do então Estado Independente República Riograndense.

É por isso que Sua Excelência, o vereador Matheus Gomes, do PSOL, acabou batendo na porta errada ao fazer a sua acintosa crítica à escravidão. Não são os brancos ou negros farroupilhas dos anos 1835 a 1845 os “alvos” do Hino Riograndense. Os alvos são os “sem virtude”, independentemente de etnia, raça, ou cor, que acabam ou permanecem escravos. E isso em todos os tempos e lugares.

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Sérgio Alves de Oliveira

Advogado, sociólogo,  pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

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