Enquanto a presidente Dilma Rousseff viaja para os Estados Unidos com o objetivo de denunciar um suposto ‘golpe’ contra a democracia no Brasil, as denúncias contra a corrupção na era petista continuam a surgir, cada vez de maneira mais clara e evidenciada.
Nesta quarta-feira (20) o banqueiro Milton Schahim, um dos donos do Banco Schahim, e seu filho Fernando Schahin, que era executivo da instituição financeira, na presença do juiz Sérgio Moro, contaram detalhadamente como se deu a quitação do empréstimo de 12 milhões de reais concedido pelo Banco Schahin a José Carlos Bumlai.
Milton contou ao magistrado que em 2006 procurou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para pedir que ele interferisse politicamente no negócio de um contrato de operação de navio-sonda com a Petrobras.
Vaccari, então, fez a proposta: o contrato de 1,6 bilhão de dólares em troca da quitação do empréstimo feito a Bumlai.
Na sequencia, Fernando Schahin afirmou ao juiz Sérgio Moro, que o empresário José Carlos Bumlai teria lhe dito o seguinte: ‘o presidente (Lula) está abençoando o negócio’.
A versão de Fernando Schahin confirma a delação premiada de seu tio, Salim Schahin, sócio do grupo a quem cabe a administração do banco. Segundo Salim, "Bumlai chegou a dizer a Fernando que o negócio estava 'abençoado' pelo presidente Lula" e "o depoente e seu irmão Milton também receberam de Vaccari a informação de que o presidente estava a par do negócio".
Apesar da ‘benção presidencial’ e do fim da dívida milionária de Bumlai, os Schahin dizem que ainda efetuaram pagamento de propinas a diretores da Petrobras e operadores do petrolão.
Milton Schahin contou a Moro ter sido procurado em 2006 pelo lobista Jorge Luz, ligado a peemedebistas graúdos, que teria o alertado de que, sem pagar propina a Cerveró, ao então gerente Eduardo Musa e ao lobista Fernando Baiano, a empresa enfrentaria dificuldades para fechar o contrato bilionário de operação do navio-sonda.
O Banco Schahin, não obstante a promessa da tal ‘benção presidencial’, para não colocar em risco o negócio bilionário, preferiu dispor de mais dinheiro para bancar a propina.
da Redação