Tudo Bem no Natal que Vem: Muito humor e esperança
25/12/2020 às 10:01 Ler na área do assinanteO natal é sempre revisitado por alguma produção cinematográfica, peça teatral e shows de fim de ano. Muitos tentam oferecer algo que seja bem acolhido pelo público, todavia poucos conseguem.
Muitas produções já trabalharam o tema, vários livros já foram escritos e adaptados, o que torna um desafio produzir algo que seja digno de atenção, e dinheiro, durante as festas natalinas.
Todo o dito anteriormente se mostra ainda mais verdadeiro quando saímos do palco dramático para o cômico, dependendo do talento do elenco, perícia do diretor e criatividade do roteiro, podemos saborear o doce prazer do riso fácil e espontâneo, que nos eleva acima de todo o stress e desesperança ao mesmo tempo em que nos oferece boas reflexões. Ressalvo que trabalhar ambos os elementos é destreza para poucos.
Posso garantir que já provei do pior e do melhor que a sétima arte pode oferecer no natal. Por isso, fico grato e surpreso por ver uma produção como Tudo Bem no Natal que vem, estrelada pelo comediante Leandro Hassum, contando com as participações de Danielle Winits, Elisa Pinheiro, Louise Cardoso, Arianne Botelho, Miguel Rômulo, Rodrigo Fagundes e José Rubens.
A nova produção brasileira da Netflix aproveitou bem o talento da famosa tríade do humor brasileiro: o diretor Roberto Santucci , o roteirista Paulo Cursino (franquias Até que a Sorte nos Separe e O Candidato Honesto) e o ator Leandro Hassum.
O filme não tenta ser inovador, buscando desde a primeira cena aproveitar o que funcionou bem em produções anteriores, somando com o que já havia sido trabalhado por filmes como: Um Homem de família e o clássico A felicidade não se compra, por exemplo.
Jorge (Leandro Hassum) odeia o Natal e tudo que ele representa, pois por ter nascido no dia 25 de dezembro, nunca teve, especialmente durante a infância, uma festa somente dele e, por conseguinte, as atenções.
Na celebração do ano de 2010 ele sofre um acidente: cai do telhado e passa a sofrer de um caso estranho de amnésia: Toda véspera de natal ele acorda sem memória de tudo que viveu no ano que se encaminha para o fim, tendo somente as lembranças do natal anterior.
O filme não tenta ser ousado, as atuações vão de sóbrias e apropriadas a tocantes e encantadoras. Vemos o protagonista com espaço para atuar como sabe melhor e junto com todo o elenco, baixo uma boa direção, aproveitar o roteiro tanto na comédia que leva facilmente ao riso, como nas reflexões que o drama permite.
De fato, essa alternância entre drama e comédia marca esse filme e permite ao telespectador vislumbrar algumas lágrimas caindo pela face ao mesmo tempo em que um largo e escancarado riso se forma.
Além de um sucesso no Brasil, o filme conquistou o “Top” da Netflix nos Estados Unidos, Polônia, Espanha, México entre outros países.
Diante de um ano tão difícil, esse filme surge como uma grata surpresa.
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Carlos Alberto Chaves Pessoa Júnior
Professor. É formado em Letras pela UFPE.