Mesmo com "proibição de demissões", Argentina enfrenta aterrorizante crise de empregos

Ler na área do assinante

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, vem enfrentando, ou "criando" ele mesmo, uma crise cada vez pior.

Uma das medidas que Fernández adotou em março visava impedir que empresas usassem a pandemia como pretexto para demissões em massa. Como precaução, o governo proibiu as empresas de demitir funcionários, e agora expandiu essa regra até 2021. O governo também tem exigido que as empresas paguem em dobro o valor normal da indenização para trabalhadores demitidos ‘sem justa causa’. Nenhum outro país de peso manteve esse tipo de proibição por tanto tempo.

Mas parece que a manobra que deveria estabilizar o mercado de trabalho tem efeitos colaterais muito piores do que o que visa combater: a inflação no país está em torno de 40% e a desvalorização da moeda já é um dos principais assuntos na imprensa local.

O mercado de trabalho da Argentina já era considerado ruim antes do início da pandemia, mas a situação vem se tornando cada vez pior ao longo de 2020. Apesar dos programas de estímulo executados pelo governo, como subsídios para que as empresas mantenham seu quadro de funcionários, o número de suspensões no país já é 10 vezes maior do que antes da implementação das medidas.

Mas o maior problema é que, segundo economistas, essas regras apenas adiam o inevitável. A previsão é de que, assim que a proibição de demissões for retirada, as empresas acabem por demitir ainda mais empregados do que teriam feito durante a pandemia, já que não terão estrutura financeira para mantê-los.

“Teremos muitos empregos formais destruídos no próximo ano”, diz Eduardo Levy Yeyati, ex-economista-chefe do banco central da Argentina e bolsista do Brookings Institution. O governo “em algum momento terá que permitir que as empresas reduzam o quadro de funcionários, porque, do contrário, muitas irão à falência”.

Mesmo com todas as medidas adotadas, o desemprego na Argentina aumentou neste ano. A taxa oficial é de 13%, mas esse número não abrange os 2,5 milhões de trabalhadores que deixaram completamente o mercado de trabalho formal (o que constitui cerca de 20% dos trabalhadores registrados), que, se contabilizados, fariam a taxa subir para 28%.

ATENÇÃO! Agora você tem a opção de assinatura do JCO com boleto!

Um movimento anônimo, criminoso e fascista está tentando destruir o Jornal da Cidade Online.

Eles não admitem o debate. Querem castrar a liberdade de expressão e impor o pensamento único.

Para tanto, tentam zerar nossas receitas, praticando o terrorismo junto a nossos anunciantes.

Por apenas R$ 9,99 mensais, você ainda terá acesso a todo o conteúdo da Revista A Verdade.

É simples. É fácil. É rápido... Só depende de você! Faça agora a sua assinatura:

https://assinante.jornaldacidadeonline.com.br/apresentacao

da Redação Ler comentários e comentar