O juramento feito pelos soldados, ao ingressarem na Polícia Militar, muitas vezes acaba sendo literal.
São mais de 400 mil guerreiros, em todo o país, que diariamente saem para as ruas e enfrentam o caos da segurança pública brasileira. É uma guerra! Muito se engana quem pensa o contrário. O Brasil mata mais do que a Síria. O Rio de Janeiro mata mais do que Bagdá.
Semana passada, vimos dois episódios lamentáveis envolvendo as PMs. Em São Paulo, em uma esquina da Santa Ifigênia, o Soldado Filipe do Nascimento sacou e apontou sua arma funcional para o rosto de seu superior, Cabo Márcio Simão, após este lhe repreender pelo atraso na "rendição" do almoço. Dos populares, que assistiam, gravavam e viralizavam a cena, ouvia-se gritos de: "Vai, mata mesmo!" A "torcida" era para ver um fardado tombando, principalmente pelas mãos de um irmão de armas.
Uma atitude injustificável, que merecidamente custou a carreira do Soldado, mas que revela a situação de stress vivida diariamente pelos militares: Com os salários absolutamente defasados, totalmente insuficientes para viver com dignidade (principalmente em uma grande cidade) e proibidos de exercer qualquer atividade complementar, os policiais acabam "vendendo" seu tempo livre, que deveriam usar para o descanso e convívio familiar, para o próprio Estado.
Era exatamente isso que os dois envolvidos estavam fazendo: "bico oficial" no policiamento ostensivo de uma das regiões mais movimentadas do Planeta Terra, em plena "pandemia".
O Segundo caso, infelizmente ainda mais triste, ocorreu no Rio de Janeiro. Ao tentar impedir um assalto em Mesquita, o Cabo Deniraldo Cardoso dos Santos, de 34 anos, recebeu um disparo à queima roupa, na cabeça, e veio a óbito.
O Policial, que completaria 10 anos de corporação no mês que vem, deixou mulher e dois filhos. A tragédia poderia ser evitada.
Vários populares testemunharam quando o criminoso contornou o Militar para surpreendê-lo covardemente pelas costas. NENHUM o avisou! Ninguém, em uma loja lotada, teve a coragem de dar ao menos um sinal para salvar a vida do homem que estava lá para salvar-lhes as vidas.
Após a fuga, quando o assassino e seu comparsa roubaram um carro da prefeitura e tomaram os ocupantes como reféns, o indivíduo se escondeu em uma "comunidade" e teve todo o apoio e instrução dos "movimentos populares", inclusive para ocultar a arma do crime, encontrada em outra "comunidade".
Os "justiceiros sociais" chegaram inclusive a FOTOGRAFAR a "pobre vítima da sociedade", antes de ser preso, para mostrar que o mesmo estava incólume e, assim, proibir que os Policiais "violassem a integridade física" do Filho da Puta.
Nenhum "coletivo" se manifestou. Não teve passeata, comoção, quebradeira. São "Ossos do Ofício". Muito se fala no quanto a Polícia mata, mas pouco se diz quando um policial morre. Desumanizamos nossos guerreiros. Esquecemos que, por debaixo da farda, existe um Ser Humano, que sente medo, frio, fome. Um Ser Humano que sangra e morre, como qualquer um de nós, mas ainda assim corre na direção contrária, rumo ao perigo, contrariando todos os instintos de sobrevivência, para cumprir seu juramento de proteger uma sociedade que torce pelo seu infortúnio e vibra quando ele tomba.
O Brasil não merece os policiais que tem!
Ao Cabo Cardoso, meu muito obrigado.
Vai em paz, Guerreiro. O inferno já foi tua missão.
"Uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus soldados, engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda." (BARBOSA, Rui)
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Felipe Fiamenghi
O Brasil não é para amadores.