O fiasco de Joice é prenúncio de fim de carreira e pode reaproximar PSL e Bolsonaro
22/11/2020 às 11:00 Ler na área do assinante
Joice Hasselmann
Apesar de ser dona da segunda campanha eleitoral mais cara para a prefeitura da capital paulista em 2020, Joice amargou uma derrota homérica.
Em 2018, quando foi eleita deputada federal, Joice fez a segunda maior votação para a Câmara dos Deputados nas urnas paulistas, com uma campanha de R$ 238 mil. Já para a eleição municipal, o custo da campanha foi de R$ 5,2 milhões, mas abocanhou menos de 2% do eleitorado paulista. Em um cálculo simples, o custo por voto obtido subiu de R$ 0,22 em 2018 para R$ 54 em 2020.
O presidente do partido no estado, Júnior Bozzella, na semana anterior às eleições, já dava declarações que praticamente admitiam a derrota, após pesquisa que apontava Joice com menos de 3% das intenções de voto. A declaração lembrou um pouco aqueles conselhos de professor de Educação Física na época da escola: “vencendo ou perdendo, o importante é participar”.
"O que importa é o nosso reposicionamento de 2018 para cá. Às vezes você não ganha uma eleição numa grande capital, mas você se posiciona. A gente está preparando um projeto de médio e longo prazo", declarou Bozzella.
Agora, as disputas internas do PSL devem se aprofundar, já que Joice é considerada uma das principais opositoras à Bolsonaro, tendo sido destituída da liderança do governo no Congresso, o que ocasionou, na sequência, uma troca de farpas nas redes sociais entre ela e os filhos de Bolsonaro, principalmente Eduardo, que é integrante do partido.
O valor da campanha eleitoral de Joice demonstra o quanto o partido apostava em sua eleição, mas com a derrota, enfraquece o posicionamento de Hasselmann e Bozzella contra a ala do próprio partido encabeçada por Antônio Rueda, vice-presidente nacional, que aventa uma reaproximação com Bolsonaro para as eleições de 2022.
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