Na época em que ainda gozava de um pouco de sensatez, Ciro era a favor do voto impresso (veja o vídeo)
22/11/2020 às 07:53 Ler na área do assinanteA internet é muito útil mesmo. Quando o cidadão esquece as informações, eis que um internauta traz à memória fatos antigos que deixam qualquer um impressionado.
É o caso da entrevista que o então candidato à presidência do Brasil, Ciro Gomes (PPS), concedeu em canal de televisão, em 2002, e no qual ele afirmava ser a favor do voto impresso.
"Não é que eu prefira, papel mas você pode adaptar a urna eletrônica. Já existe um em que do lado da urna que está aí, você agrega um rolinho, tipo de máquina registradora, em que o voto sai impresso e, uma vez confirmado, você corta e aquilo cai numa urninha pequena e já fica o voto ali. Se houver, dúvida, você abre aquilo ali e conta", ensinou, ludicamente.
"Estranhamente, o Ministro Nelson Jobim (STF) não quis fazer. Havia tempo hábil para fazer. O que me deixa inseguro é que você apertou ali (o número do candidato), votou, confirma. Você nunca mais vai saber se o seu voto vai ser contado mesmo ou não. E o mais grave que o brasileiro não sabe: o código-chave da totalização não é guardado pelo Tribunal. É guardado pela ABIN, agência de espionagem subordinada ao presidente da República. Eles não querem deixar os partidos fiscalizarem. Nós, da oposição, queremos", disse, sensatamente, na época.
Em 2015, o, então, deputado federal, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), apresentou projeto de lei para instituir o voto impresso, que foi aprovado pelo Congresso e vetado pela, então, presidente Dilma Roussef (PT). Porém, o veto veio a ser derrubado, posteriormente, tornando-se lei (n° 13.165), em 2015.
A Lei do Voto Impresso impôs que todas as urnas eletrônicas tivessem impressoras acopladas para a impressão dos votos e sua colocação em urna, de forma a garantir o sigilo do voto. Mas, nas eleições de 2018, não funcionaram porque Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que não havia recursos para a instalação das impressoras.
O Brasil é um dos únicos países do mundo a adotar votação, unicamente, eletrônica.
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