Covidão no Amazonas: PGR pede afastamento do Governador e mais nove pessoas
15/11/2020 às 16:33 Ler na área do assinanteA PGR solicitou o afastamento de Wilson Lima (PSC), do vice-governador Carlos Almeida e mais oito deputados, nesta semana. O procedimento faz parte dos desdobramentos da Operação Sangria, que investiga crimes de desvio de recursos públicos no combate à pandemia do coronavírus, fraude em licitação, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.
Como no estado do Pará, as investigações deram início com a denúncia de que o governo do Amazonas teria comprado ventiladores pulmonares que não tinham especificação correta para o tratamento de pacientes com a Covid-19; ao invés de adquirir respiradores pulmonares.
Os equipamentos foram comprados em uma loja de vinhos e o assunto foi amplamente divulgado na reportagem investigativa de Roberto Cabrini, que viajou ao estado para apurar os fatos e conversou, pessoalmente, com Wilson Lima.
Os equipamentos superfaturados foram comprados por R$ 2,9 milhões, com sobrepreço de 316%. Perguntado por Cabrini quanto teria gasto com a pandemia, Wilson gaguejou e, por fim, revelou que não sabia os números. Amazonas, Ceará e Pará foram os estados mais afetados pela pandemia, segundo análise feita por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Sendo que, no Amazonas, a taxa de mortalidade foi de 39,1 para cada 100 mil habitantes. Número quatro vezes maior que a média nacional (9,5).
O estado amazonense, apesar de ser, infinitamente, menos populoso que outros das regiões Sul e Sudeste, teve dificuldades em todos os âmbitos: hospital de campanha inaugurado às pressas e que atendeu apenas dois meses, não havia os respiradores adequados e a população sem remédio para o tratamento em casa. A Força Aérea Brasileira (FAB), assim como fez em outras unidades federativas, socorreu o Governo local levando medicamentos, profissionais de saúde, equipamentos, máscaras e aventais descartáveis.
A PGR solicitou o afastamento dos políticos ao Ministério Público Federal (MPF) como medida cautelar, visto que houve denúncias de que eles estariam prejudicando as investigações e dificultando o acesso às provas. O resultado do pedido deve sair nos próximos dias.
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