Orientação partidária da política brasileira - Uma vergonha! (veja o vídeo)
04/11/2020 às 19:53 Ler na área do assinanteO sistema político brasileiro consegue transformar o país numa verdadeira Torre de Babel, ou no popular, num samba do crioulo doido. Uma salada ou uma mistureba... qualquer coisa que se diga não iremos conseguir decifrar qual o sentido que orienta, que dá um norte, na condução política do país.
A começar pelo número de partidos. Hoje, registrados oficialmente no TSE, já são 33 partidos diferentes (veja lista abaixo).
Partindo do princípio que vários destes partidos se entremeiam em seus próprios preceitos, com programas e doutrinas que muitas vezes não passam de ornamentos gramaticais, podemos afirmar que quando se casam por ideologia e/ou conceitos, isso não passa de mera coincidência.
O conteúdo pragmático de cada partido é subjetivo quando se trata de interesses e conchavos para um determinado fim. Eles mordem os calcanhares de seus próprios estatutos.
E numa eleição, seja ela majoritária ou não, a aberração política chega a constranger os envolvidos, exceto, aqueles políticos ensaboados que não se ruborizam para falar disso. Certa vez o grande Apparício Torelly, ou simplesmente Barão de Itararé, disse:
"O POLÍTICO BRASILEIRO E UM SUJEITO QUE VIVE AS CLARAS, APROVEITANDO AS GEMAS E SEM DESPREZAR AS CASCAS."
Um pequeno passeio pelas disputas municipais deste ano confirma essa paranormalidade que faz parte da base da sociedade civil; o partido político. Ou pelo menos deveria fazer!
Essa situação surreal acontece em todo o Brasil. Ilustra bem tudo isso um caso que acontece na cidade João Monlevade, em Minas Gerais. O candidato conservador da eleição para prefeito, e seu vice, respectivamente, LUIZ CARLOS e DANILO DIAS, ambos do PATRIOTA (51), gravaram um vídeo muito emblemático, onde não só desenharam, como deram vida ao caso.
Assistam:
Resumo da ópera - Em 2016, tínhamos três chapas concorrendo no pleito para prefeito e vice-prefeito, portanto, seis nomes.
Em 2020, são cinco chapas. Tomando por base estes seis nomes concorrentes em 2016, um deles não concorre, mas tem seu irmão em outra chapa, e os outros cinco se repetem em 2020, sendo que apenas dois deles continuam no mesmo partido, antes juntos, agora estão em chapas diferentes.
São doze partidos distintos, e apenas duas chapas são da mesma legenda.
É muito confuso? Não viu nada ainda!
Se em 2020 são 20 os partidos envolvidos nas coligações, em 2016 eram 24 legendas. As coligações nos ajudam, ainda, a compreender essa bagunça. O candidato Raílton não repete nenhum partido coligado em 2016 para o ano de 2020.
Já a candidata a vice em 2020, Conceição Winter, não carregou nenhum partido que estava coligado à sua candidatura como cabeça de chapa em 2016. Laércio, que continua no mesmo partido de 2016, foi “prestigiado” em 2020 por apenas um dos quatro coligados daquele ano.
Não conte para ninguém, senão vai parecer fofoca, mas tem candidato da esquerda, o Laércio, que graciosamente recebeu um candidato que é de centro direita, o Fabrício (antes peemedebista, agora no Avante). Além da sua coligação ser uma miscelânea digna de quem topa tudo pelo poder.
Nesta mesma perspectiva partidária, não poderia deixar de fazer uma pequena alusão a dois candidatos que tem por base se aliar a qualquer partido que lhe deem recursos, tempo de tv e, principalmente, a busca por votos.
O candidato à reeleição em Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e o debutante a prefeito, João Vitor Xavier (Cidadania).
Nestes casos, o primeiro pela forma ditatorial com que governa a cidade, o terrorismo com a pandemia, e que na campanha mente de forma deslavada, e o segundo, é só assistir seu discurso de campanha, idêntico àqueles que praticam a velha politicagem, onde busca no sentimentalismo, e na cara de pau, o voto do incauto. Quase chora na TV.
As mulheres, os moradores de rua e os familiares dos mortos nas tragédias de Mariana e Brumadinho, são os seus alvos preferidos.
A avaliação destes dois nomes em busca do poder, fica por conta dos belo-horizontinos, que certamente, saberão o que fazer com eles nas urnas.
Suas coligações partidárias tem de tudo:
Kalil - MDB / DC / PP / PV / REDE / AVANTE / PSD / PDT.
João Vitor - CIDADANIA / DEM / PTB / PMN / PODE / PSC / PL / PSB / PSL.
Sabe aquela história de não votar em determinados partidos, com direito a pedido presidencial para não votar em quem usa dinheiro público? Pois é... basta prestar atenção nas coligações. Se errarmos de novo, o preço a pagar vem logo no nosso encalço.
A hora é agora!!
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Alexandre Siqueira
Articulista
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Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo... da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!