Você já parou para pensar que o ano das máscaras foi o ano em que mais caíram máscaras?
Quem poderia imaginar que figuras intocáveis seriam derrubadas?
Quem ousaria duvidar da sapiência de um Chico Buarque?
E Caetano Veloso?
Dráuzio Varella, o médico dos médicos!
E Fernanda Montenegro?
Quem poderia sonhar em questionar uma Organização Mundial da Saúde?
Pensar sobre a politização da ciência, quem sonhou isto, um dia?
Duvidar de Paulo Freire, aquele velhinho de barba branca que parecia ter a pureza de um Papai Noel?
Paulo Coelho, o mago best-seller brasileiro que venceu na vida escrevendo sobre bruxas e duendes.
E a maior rede de TV brasileira, quem sonhava com o fim dessa novela?
Quem imaginou tal explosão de derrocadas dos intocáveis do SUPERIOR tribunal federal?
Reparem que, a cada ataque desses deuses, uma queda proporcional ocorreu a eles mesmos.
O mais recente anjo caído foi o maior nome da igreja católica, o Papa.
À medida que a igreja chilena pegava fogo, mais ardia em chamas a verdade vermelha papal.
Tudo está sendo exposto aos olhos de todos.
Penso em passagens bíblicas que poderiam ser citadas como realizações de profecias, porém me recuso a citá-las para me ater às causas e consequências da História.
Edificação em terreno movediço não tem outro desfecho, malefício.
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Nara Resende
Psicóloga clínica de adolescentes e adultos, escritora de Divã com poesia, Freud Inverso e organizadora do livro O jovem psicólogo e a clínica.