Se Bolsonaro fosse a favor da vacinação obrigatória, muitos que hoje são a favor seriam contra

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Desde o último dia 18/10 tem circulado em jornais famosos a notícia de que a vacina produzida no Instituto Butantan (SP) é segura, mas a comprovação da eficácia, no entanto, “deve sair até o fim do ano”.

Como é? Não terminaram de fazer os testes, mas já anunciam que o medicamento é seguro? Que brincadeira é essa? Isso é o jornalismo alcançando novos níveis da idiotização.

A matéria do G1, por exemplo, que não difere em quase nada de outros veículos, diz que 9 mil voluntários participaram da pesquisa e “os dados são semelhantes ao apresentado por estudos realizados na China, onde 94,7% dos mais de 50 mil voluntários que participam de teste não apresentaram efeito adverso”.

Ou seja, o texto usa o percentual para não dizer de forma mais direta que uma a cada 20 pessoas pode ter reação adversa.

Como as reações são leves e não exigiram uma “atenção médica maior”, o Instituto afirma que a vacina tem um perfil seguro. Trocando em miúdos, das nove mil cobaias, quase 500 tiveram reações, porém nada grave: ninguém morreu, nem passou muito mal, nem sofreu nenhum dano imediato aparente. Mas essa não é a “melhor parte”.

Falta ainda “a demonstração da eficácia para que a Anvisa registre a vacina”. Em outras palavras: ninguém sabe se realmente funciona, mas o Governo de São Paulo já fechou contrato para 46 milhões de doses.

Você está surpreso? Calma, que tem mais: o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o governo paulista vai pedir à Anvisa “a liberação de uso emergencial da Coronavac caso a vacina demonstre eficácia de pelo menos 50% em análise preliminar”. Sim, 50% de eficácia em ANÁLISE PRELIMINAR.

Resumindo: o Governo de São Paulo quer vacinação obrigatória de 46 milhões de pessoas, mesmo que metade (23 milhões) possa correr o risco de tomar a injeção à toa. Se isso ocorrer e a proporção de reações adversas se mantiver, cerca de 1,15 milhão de pessoas podem ter essas reações mesmo sem serem imunizadas. Além disso, ninguém sabe quanto tempo dura a imunização em quem funcionou, nem se há consequências a médio e longo prazo.

O que poderíamos esperar de quem fez campanha contra o tratamento precoce, trancou inocentes, soltou criminosos, aumentou desemprego, soldou portas de estabelecimentos comerciais, aumentou pobreza, fechou área ventiladas e aglomerou trabalhador em transporte coletivo?

É difícil distinguir, no meio disso tudo, o que é burrice do que é ma fé, tanto de parte da imprensa, quanto de parte dos políticos e de quem vai na onda deles, mas é certeza que se Bolsonaro fosse a favor da vacinação obrigatória, a maioria dos que hoje são favoráveis seriam contra.

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