Eleições no Rio: Omissão, consequências e um exemplo que serve para todo o país
18/10/2020 às 20:31 Ler na área do assinanteEnquanto pessoas boas encontram justificativas para não agir, as más são más em tempo integral.
É bem útil observar o que ocorreu no Rio de Janeiro em 2016.
Na eleição para prefeito, 47,3% dos cariocas (quase a metade dos habilitados para fazê-lo) não votaram no 2º turno.
Ou seja, mais de 2 milhões, somando 300 mil a mais do que os votos dados ao candidato eleito, omitiram-se, deixando que outros decidissem por eles.
No 2º turno, os cariocas tinham de eleger entre Marcelo Crivella, militante da Igreja Universal, e Marcelo Freixo, militante da esquerda: eram representantes de duas "religiões" disputando o poder.
Entre os que se omitiram, quantos terão aprendido?
Os devotos da esquerda e os devotos da Universal sabidamente não ficariam em casa, mas iriam às urnas. Foram. Votaram. E se elegeu Marcelo Crivella.
Brasil afora, viu-se mais ou menos a mesma demonstração de desinteresse pela política, uma omissão que só favorece aventureiros.
As pessoas esquecem que, abandonando a política, tornam tudo mais fácil para os egoístas que só querem o poder.
Caberá deixar para outros a decisão de quem vai administrar a cidade?
Será válido o risco de que tudo se resolva num embate entre fanáticos?
Inclusive porque a omissão é uma forma de egoísmo, é melhor observar os erros dos outros e não os imitar.
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Renato Sant'Ana
Advogado e psicólogo. E-mail do autor: sentinela.rs@uol.com.br