Roteiro de um golpe? Tudo coincidência?
No sábado de aleluia a esquerda caviar louva a cretinice
26/03/2016 às 14:45 Ler na área do assinanteTem nome: André Singer. Cientista político formado pela USP, onde também dá aula, em artigo publicado na Folha de São Paulo deste Sábado de Aleluia (26) o acólito da esquerda resolveu traçar o cronograma irônico daquilo que revela subliminarmente um amontoado de planos arranjados nas sombras e às costas do Poder para... derrubar o Poder!
Mas Lula não é o Poder! Será mesmo? Lula é o Poder nas sombras.
Volto ao que importa.
Inicia sua narrativa com o Título interrogativo: “Roteiro de um golpe?” e finaliza com outra interrogação: “Tudo coincidência?”.
Quem tanto pergunta de duas uma: ou porque não sabe ou porque tem a intenção da lógica ordinária em estado de subversão. Ou, quem sabe, por revelar dúvida prefira explorar o campo dos achismos.
Nada mais cretino do que produzir o que já está dado e fazer de todo o contexto uma insinuação em retórica argumentativo-interrogativa sem eira nem beira e eivada de ironias, além de, conjugar fatos como causas e consequências.
Faço questão de reproduzir aqui o comentário de Assunção ao artigo do professor:
“Estimado Professor André Singer, sou seu aluno e fã! Pelo teor do seu texto, o Sr. já deve estar escrevendo um livro sobre a recente história do Brasil, onde contará como um partido se viu nascer e morrer imerso em corrupção e ineficiência, em meio ao desaparecimento de uma ideologia gauche. Não esqueça de lançar uma versão em francês, para que a esquerda caviar leia quando estiver em Paris (porque Cuba, a esta altura, estará muito próspera junto ao capitalismo)! Au revoir.”
Para aqueles que querem ler o artigo clique aqui.
Se bem interpretei, pelo visto o preceptor não anda lá tão as boas com alguns de seus alunos; o que me traz a lembrança, a frase de Michel de Montaigne: “Desejaria que houvesse o cuidado de lhe escolher [à criança] um condutor [preceptor] que antes tivesse a cabeça bem feita do que muito cheia”.
Singer anda com a cabeça muito cheia.
E, ao que parece, a moda da vez é inspirar a conspiração.
A revista Veja antecipa notícias de suposto plano de fuga de Lula. Meu Deus! – Entre tantas verdades já não sei quais são as mentiras. Ou será o contrário? Será que estou “singeriando” – desculpem-me o neologismo –, e ando full head? Well...
Creio que ainda me resta um pouco de capacidade.
Vamos imaginar que seja fato o plano de fuga.
– O memorando do Itamaraty informando as embaixadas de que um golpe de Estado está em curso no Brasil; A entrevista de Dilma para a imprensa estrangeira com o fito de reafirmar suas convicções e decisões; O discurso de Lula em comício sindical, igualmente reafirmando suas crenças de perseguido político; Seus ataques e desafios as Instituições do Estado estimulando-as a se enfileirar em seus encalços; As insistentes declarações de sua sofrida vida; Sua ascensão pela sorte ao mais alto posto do País; Os laudatórios de apreciar a si próprio como um alguém metafísico que quase nos faz acreditar em sua divindade; A lógica do classificar-se enquanto morto um mártir, preso um herói e, solto, Presidente da República em 2018; As alternâncias de humor entre o estado de psique Lulinha Paz e Amor ou Lula jararaca ferida e enfurecida; Um, quem sabe, sonho de se transformar em o verdadeiro, único e legítimo líder exilado que voltará para a Redenção de seu povo e, assim, inserir-se na história – a figura mítica do Retorno do Messias.
Quantos mais cenários posso incluir nesse roteiro fantástico para a criação do screenplay perfeito que pode infirmar, aos olhos dos leigos, o triunfo da Justiça? Seria esse o conjunto formado pelos roteiristas do golpe ou serão meras coincidências?
OK! Veem como se pode construir uma estória! que pareça História!?
E Dilma? Ah, Dilma nada interessa nessa estória!!!
Num brasil de clichês (isso, brasil com b minúsculo mesmo), recorro a um bem conhecido: – O verdadeiro cego é aquele que não quer ver.
JM Almeida
JM Almeida
João Maurino de Almeida Filho. Bacharel em Ciências Econômicas e Ciências Jurídicas.