Uma análise detalhada dos números mostra que a eleição americana está equilibrada. Dependendo do ponto de vista, pode-se dizer até que o cenário melhorou para Trump nos últimos dias. É o que dizem alguns dados paradigmáticos.
Antes de analisar os dados de 2020, convém uma breve análise sobre os números de 2016. No dia 18 de Outubro de 2016 o New York Times publicou um estudo que apontava 91% de chances de vitória para Hillary Clinton contra apenas 9% de chances para a vitória de Donald Trump (1). Mas o resultado final foi bastante diferente disso.
No mesmo texto, o NYT referenciou 11 pesquisas, das quais 10 mostravam Hillary na liderança. Apenas 1 pesquisa indicava liderança para Trump: Rasmussen Reports.
Quais seriam as razões para essa discrepância?
Basicamente 2 razões: Uma razão TÉCNICA e outra razão POLÌTICA.
A razão TÉCNICA reside no método utilizado pela agência Rasmussen Reports, mais avançado e mais objetivo, totalmente automático. Sua pesquisa é mais ágil, mais rápida e mais precisa.
A segunda razão é POLÍTICA e deriva da distribuição de representação dos votos dos delegados na eleição dos EUA.
Em 2016, Donald Trump obteve 45,9% dos votos diretos, ou 62.985.106 milhões de votos. Mas esta votação lhe rendeu um total de 306 delegados nos estados onde venceu, o equivalente a 56,8% do colégio eleitoral americano (2).
Já Hillary Clinton obteve 48% dos votos diretos, 65.853.625 milhões no total, votação que lhe rendeu o número de apenas 232 delegados (2).
Como se percebe, o patamar percentual de 46% para Trump é muito significativo, considerando os estados nos quais historicamente os republicanos vencem (e nos quais Trump ou lidera ou está muito próximo de Biden), e a distribuição dos respectivos votos no colégio eleitoral dos EUA.
Nesta linha de raciocínio, se Trump chegar perto do mesmo patamar de 2016, há uma tendência de repetição do mesmo cenário.
Existe uma outra informação relevante nesse contexto. A mesma agência Rasmussen - que em 2016 acertou sobre a vitória de Trump - realiza um levantamento diário sobre a aprovação ou desaprovação do presidente dos EUA. Na última sexta - 09 de Outubro - o tracking diário Rasmussen apontou que o presidente americano voltou a atingir o patamar de 46% de aprovação.
A se considerar o forte peso que o índice de aprovação presidencial tem na eleição, esse patamar de aprovação de 46% indica um cenário completamente indefinido na disputa eleitoral americana. E se esse percentual se distribuir da mesma forma como ocorreu em 2016, a vantagem passa a ser republicana, em um patamar de aproximadamente 30 delegados.
Ambos os candidatos, portanto, estão em zona de vitória. Ao contrário do discurso de grande mídia, a qual reverbera que a eleição já estaria praticamente definida pela "larga vantagem" de Biden nas pesquisas, como disse o NYT em 2016 - e errou.
Referências:
(1) https://www.nytimes.com/.../presidential.../newsletter.html
(2) https://www.nytimes.com/elections/2016/results/president
(3) https://www.rasmussenreports.com/.../trump_approval_index...
Hugo César Hoeschl
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Publicado originalmente no site Crítica Nacional