O senador Delcídio do Amaral em entrevista concedida à revista ‘Veja’, perguntado se a presidente Dilma Rousseff tem o poder de mudar votos no Supremo Tribunal Federal, respondeu que a presidente ‘costumava repetir que tinha cinco ministros no STF e que era clara a estratégia do governo de fazer lobby nos tribunais superiores e usar ministros simpáticos à causa para deter a Lava Jato’.
Dilma poderia estar blefando, assim como o próprio Delcídio diz que blefou com Bernardo Cerveró. Aliás, um blefe que lhe valeu três meses de ‘cana’ e o fim de sua carreira política. Mas, o fato é que a afirmação de Delcídio nos permite o exercício de conjecturar sobre quem seriam esses ministros simpáticos à ‘causa’, ou ao ‘projeto’, como prefere Lula.
O STF é composto por 11 ministros. É a seguinte sua atual composição: Ricardo Lewandowski, atual presidente, nomeado por Lula; Carmen Lúcia Antunes Rocha, atual vice-presidente, nomeada por Lula; Celso de Melo, decano, nomeado por José Sarney; Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, nomeado por Fernando Collor; Gilmar Mendes, nomeado por Fernando Henrique Cardoso; José Antônio Dias Toffoli, nomeado por Lula; Luiz Fux, nomeado por Dilma; Rosa Weber, nomeada por Dilma; Teori Albino Zavascki, nomeado por Dilma; Luis Roberto Barroso, nomeado por Dilma; e Edson Facchin, também nomeado por Dilma.
Dilma, como já dito, segundo Delcídio,costumava repetir que tinha cinco ministros no STF.
Assim, pelas posições adotadas por cada um dos componentes do STF, concluímos que dos cinco que Dilma indicou, ela contabilizava como ‘seus ministros’, quatro deles: Rosa Weber, Teori Zavascki, Luis Roberto Barroso e Edson Facchin.
O quinto elemento da contabilidade presidencial, seria Dias Toffoli.
Portanto, esta era contabilidade da presidente, que pode não ser verdadeira.
Ministro do STF é cargo vitalício, uma vez investido no cargo, o cidadão independe de quem quer seja, inclusive e muito menos, do chefe de um outro poder.
Dos onze atuais, oito foram indicados pelo PT. Se o governo vai bem, fica fácil obter a simpatia em suas causas, mas, se o governo vira desgoverno, a antipatia vem na mesma velocidade.
Amanda Acosta
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