Nada acontece na OAB e o “Homem da Mala” permanece intocável
27/09/2020 às 14:47 Ler na área do assinanteMesmo após ter sido apontado como o “laranja” que firmou contrato no valor de R$ 120.000,00 com Orlando Diniz para arrumar dinheiro para a campanha de reeleição de Felipe Santa Cruz à presidência da OAB no Rio, Anderson Prezia Franco é mantido no cargo de assessor executivo da presidência do Conselho Federal da instituição.
O assessor ficou conhecido como o “homem da mala” quando Orlando Diniz, preso durante a operação Jabuti, um desdobramento da Lava Jato, relatou, em meio à sua delação premiada, que Prezia houvera firmado um contrato de fachada, no valor de R$120.000,00.
Segundo o relato de Diniz, o dinheiro foi pedido por Santa Cruz, mas por não dispor da quantia, eles acabaram combinando um contrato em que as partes seriam a Fecomércio e o “sócio” de Santa Cruz, para que o dinheiro pudesse ser utilizado na campanha de reeleição ao cargo de presidente da seccional da OAB no RJ.
Diniz alega que o contrato foi assinado e pago, mas nunca foram prestados serviços, pois já havia outra empresa encarregada.
Leia o trecho da delação:
“QUE, como naquele momento o colaborador estava com poucos recursos, ele e Felipe Santa Cruz acordaram de fazer um contrato com Anderson Prezia Franco, cujo objeto seria consultoria e assessoria jurídica para a contratada, a Fecomércio, QUE o objetivo era apenas promover uma transferência de recursos a Felipe Santa Cruz; QUE os honorários de Anderson Prezia foram, no valor bruto, R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), QUE Anderson Prezia não prestou serviços efetivamente, uma vez que as causas já estavam cobertas por outros escritórios”.
Santa Cruz se manifestou sobre as declarações de Diniz:
“Está clara a intenção de destruir reputações para tentar escapar de penas pesadas às quais são submetidos aqueles que, como o pretenso delator, cometem crimes."
Prezia também fez uma declaração sobre o assunto:
"O escritório de advocacia do dr. Anderson Prezia não prestou serviços para Orlando Diniz, e sim para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro, entidade de direito privado (portanto, sem recursos do Sesc/Senac). O escritório foi contratado pela entidade, em 2016, para atuar em processos trabalhistas no TRT e TST, em agravo de instrumento de recurso de revista. Naquela data, inclusive, o dr. Anderson Prezia e o dr. Felipe Santa Cruz não eram sócios.”
O fato é que diante de tais acusações, a atitude óbvia de uma entidade séria, seria o imediato afastamento do assessor, para que os fatos pudessem ser apurados com isenção. Mas, tudo indica que Anderson Prezia Franco é intocável.
da Redação