A vida dá muitas voltas, sem dúvida, não raro nos surpreende. Mas, de qualquer forma, na vida do cidadão Delcídio do Amaral, foram muitas voltas, inesperadas, instantâneas e extremamente cruéis.
De uma hora para outra, Delcídio, de homem poderoso, prestigiado e querido, virou um abominável e detestado presidiário. No dizer de Jacques Wagner um ‘canalha, escroto’.
Tudo porque, na visão dele (Delcídio), encarnou com coragem e destemor a missão de ser o líder do governo no Senado Federal.
E, nesta condição, assumiu missões delicadas, espinhosas e ilegais.
Preso, presidiário, por determinação do STF, pressionado pela esposa, filhas e, possivelmente, por sua própria consciência, o senador decidiu contar tudo, delatar Lula, Dilma e o PT.
O seu desabafo é marcante: ‘Não fiz delação só para diminuir minha pena; fiz por ver que o PT é um covil de hipócritas! Quando fui preso fingiram que não me conheciam, viraram-me as costas e se investiram de santos. Me trataram como se eu fosse indigno de estar no partido deles e por isso seria expulso. Mentirosos, dissimulados. Fiz o que me pediram, mas agiram como se eu tivesse feito tudo por minha conta e risco’.
Lívia Martins
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