Celso de Mello esclareceu que a decisão de determinar o comparecimento de Bolsonaro para prestar depoimento já estava pronta antes mesmo da sua saída em licença médica, ocorrida em agosto passado.
Além de tudo, o velho juiz mente...
É óbvio que a decisão foi prolatada às pressas, apenas porque o Presidente da República resolveu usar da palavra durante a sessão de julgamento do STF para avisar que está chegando a hora de ele nomear um ocupante para a Corte. Foi uma nítida retaliação daqueles que não querem reconhecer a mudança do eixo do poder à figura do Chefe de Estado e de Governo, eleito democraticamente.
Certamente a fala de Bolsonaro deve ter acionado algum dispositivo neural no juiz, que o fez agir por impulso para querer “lembrar” o Presidente da República que cada um usa o poder que tem. No caso de Celso de Mello: o poder de mandar o Chefe do Executivo prestar depoimento à Polícia Federal, com a presença do seu próprio algoz “denunciante”, o ex-ministro Moro, que terá, inclusive, direito de formular perguntas.
Acho, sinceramente, que o velho juiz deveria se ater ao tratamento médico que vem fazendo, seja ele qual for... Aliás, espero, honestamente, que esse tratamento não seja por covid; mas, se for, mesmo nesse caso ele tem à disposição (já que é daqueles que não acredita na hidroxicloroquina) o ozônio, para deixá-lo novinho em folha e liberar a passagem do ar nos pulmões.
Mas voltando ao assunto da decisão judicial esdrúxula do licenciado Celso de Mello. Se o togado segurou uma decisão já pronta por tanto tempo, para soltá-la quando achasse mais “oportuno”, é no mínimo uma falta ética de sua parte, a merecer, usando uma expressão pomposa que ele adora usar, “severa reprimenda”.
Seja em uma ou outra hipótese, o fato inegável é que Saulo Ramos tinha, mesmo, razão: ele é um juiz de merda.
Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).