Cancelamento, censura e reeducação: Por que querem nos tirar a liberdade?

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Sem liberdade, não há humanidade, contudo, diante do caos e do desespero que este gera, o homem tende a se curvar diante do opressor. Em troca de segurança e uma noção vaga de bem-estar, a liberdade parece não ser algo precioso a ser mantido.

Claro, ser livre não é tarefa fácil, pois exige coragem, honestidade e humildade. Coragem para lutar por uma vida digna, honestidade para reconhecer suas próprias limitações e humildade para nunca deixar de evoluir.

Covardes, fracos e medíocres sempre existiram e, certamente, não cessarão de existir, todavia, o socialismo abraça e acolhe todo aquele que deseja crescimento e notoriedade sem a necessidade de luta e sacrifício. Basta jogar a carta do vitimismo, derramar algumas lágrimas de crocodilo e se portar como uma criança mimada.

O vitimismo se traduz como uma postura mental doentia; O individuo acredita que são os outros os responsáveis por seus fracassos e que a sociedade deve mudar para que assim ele tenha as oportunidades que tanto merece.

Se um individuo se vitimiza, aponto o sujeito como patético ou necessitado de esclarecimento, mas quando uma ideologia emprega o vitimismo como arma de opressão e retaliação, devo acusá-la de ser criminosa.

O estado gigante, que intervém na produção artística e intelectual, na política, e até na religião, é o sonho de todo fraco, de todo covarde e de todo manipulador.

Não precisamos de um estado forte e sim de um estado que funcione, com uma burocracia que sirva para organizá-lo e fazê-lo produtivo. Um estado que reconheça sua falta de legitimidade para interferir na religião.

Um estado que não retire a propriedade privada, a liberdade e a fé do seu povo. Infelizmente nossa constituição de 1988 é o sonho de qualquer governo totalitário, contudo devemos resgatar nosso protagonismo como reais senhores de nossas vidas e não nos sujeitarmos a toda sorte de truculência e desmandos de novos ditadores que utilizam, do ainda existente, estado inchado para constranger e retaliar os cidadãos.

A constituição de 1988 merece muitos adjetivos e denominações, mas, cidadã, não é um deles.

Para utilizar as palavras de Frédéric Bastiat no livro A lei:

“Assim, da mesma forma que a força de um indivíduo não pode, legitimamente, atentar contra a pessoa, a liberdade, a propriedade de outro indivíduo, pela mesma razão a força comum não pode ser legitimamente usada para destruir a pessoa, a liberdade, a propriedade dos indivíduos ou dos grupos.” (grifo nosso)

Um estado que atua contra a propriedade privada, que se dá o direito de julgar o que pode ou não ser dito, que torna seu judiciário em instrumento inquisitorial e ditatorial, que blinda a classe politica com toda sorte de privilégios, não pode escapar de criticas e da repulsa de todo homem esclarecido. Não confundamos criticas com ataques e respeito com submissão.

A cultura do cancelamento cresce dia a dia, graças ao endosso de uma mídia que em prol de defender toda uma agenda ideológica nociva, mente, desinforma e omite dados da realidade.

Quem não pensa e age segundo a cartilha totalitária socialista é visto como um criminoso e logo é condenado no tribunal da verdade mediático. Cabe retratar-se pelos crimes de dizer o que acredita ser verdade, de analisar o mundo tal como o vê e de estudar assuntos sem os óculos do marxismo.

A palavra nova em voga é reeducação; Eufemismo para designar o ato de esmagar o individuo até que este se torne mero marionete.

Usar as palavras politicamente corretas, aceitar passivamente a violência verbal e física de grupos sustentados pela extrema – esquerda , tratar a educação como papel exclusivo das escolas, por conseguinte do estado, e crer que a posse e o porte de armas são direitos restritos do estado é o que todo bom e dócil prisioneiro, digo cidadão, dentro de uma ditadura, acredita ser o melhor.

O socialismo (progressismo, nova esquerda) odeia a liberdade, pois para implantar seu mundo ideal, ela deve destruir a liberdade e sufocar qualquer traço de individualismo. O individuo como mera peça de uma máquina é algo que nem a mente brilhante de Charles Chaplin, no filme tempos modernos, conseguiu visualizar por completo tal terror.

Acordo pelas manhãs e imagino quem eu seria na Alemanha nazista de Hitler , um cidadão bom e obediente , que observaria passivamente os vizinhos judeus serem conduzidos para campos de concentração, que queimaria livros julgados pelo estado nazista como inadequados, ou o cidadão desobediente , que ousaria proteger os judeus , escondendo-os e sustentando-os...

Todo homem que luta contra uma ditadura é visto por ela como um marginal, um louco e um perigo.

Obedecer ao opressor é servir a injustiça. Entre o tribunal corrupto dos homens e o tribunal justo de Cristo, coloco minha vida e meus escritos nas mãos de meu Deus. A história tem por hábito lembrar o nome dos audazes e esquecer o dos covardes.

Se a coragem ficar somente no ato de ir a uma praia sem máscara no feriado, poderemos de fato esperar dias melhores?

Foto de Carlos Alberto Chaves Pessoa Júnior

Carlos Alberto Chaves Pessoa Júnior

Professor. É formado em Letras pela UFPE.

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