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Finalmente um ex-magistrado envolvido com esquema criminoso é condenado a perder a aposentadoria
09/09/2020 às 16:17 Ler na área do assinante
Júlio César Cardoso de Brito
Tornou-se comum ver magistrados envolvidos em ilicitudes receber como prêmio de consolação a aposentadoria compulsória.
O sujeito é afastado do cargo, mas continua recebendo salário pelo resto da vida.
Um absurdo.
Isso pode começar a mudar.
É o que se depreende do caso envolvendo o ex-desembargador Júlio César Cardoso de Brito.
Ele é acusado de favorecer um esquema criminoso liderado por Carlinhos Cachoeira entre 2010 e 2012 e da obtenção de vantagens patrimoniais indevidas em razão do exercício do cargo de juiz membro do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª região (TRT-18).
O magistrado atuava na facilitação jurídico-processual para a organização criminosa liderada por Carlinhos Cachoeira.
A Ação por Improbidade Administrativa foi ajuizada pelo MPF em dezembro de 2013.
A Justiça Federal condenou o ex-desembargador à perda da aposentadoria e ao pagamento de uma multa de R$ 15 milhões pela acusação de receber vantagens indevidas para beneficiar o grupo criminoso chefiado pelo contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no âmbito da Operação Monte Carlo.