Cultura de tortura e morte: Precisamos falar sobre assassinato (aborto) de crianças
17/08/2020 às 16:25 Ler na área do assinante"Um cemitério apenas pode estar povoado de fantasmas de mortos, mas existem casas que se encontram povoadas de fantasmas de não-nascidos." - (G K Chesterton, A Miscellany of Men)
Meu corpo, minhas regras. Aborto é assunto de mulher. O feto não é uma vida. O leitor deve já ter ouvido uma dessas frases e, talvez, acredite que alguma delas faz sentido.
Ao longo das semanas, tenho ouvido e lido sobre o crescimento e enaltecimento do que acredito ser uma cultura que enaltece a morte e a tortura e que acredita que a celebração do fim de uma vida é um rito de passagem.
Michelle Williams, atriz americana, ao ganhar o globo de ouro declarou o seguinte:
“Eu não teria sido capaz de fazê-lo sem usar o direito das mulheres de decidir. Escolher quando terei meus filhos e com quem tê-los ao me sentir apoiada e capaz de encontrar o equilíbrio.” (grifo nosso)
O sucesso, o triunfo, ocorreu graças a uma escolha: a de matar um bebê inocente. Entre uma vida e a carreira, claro, dinheiro e fama são mais importantes. Diferentes povos antigos acreditavam que o sacrifício de uma vida no altar de um deus traria paz, poder e prosperidade.
A cidade-estado de Esparta, na Grécia Antiga, matava crianças recém nascidas se fossem diagnosticadas com algum tipo de deformidade que as impedisse de ser úteis para a sociedade espartana.
A barbárie regressou faz muitas décadas e está presente no nosso cotidiano baixo termos como: interrupção voluntária da gravidez, direito reprodutivo da mulher, saúde sexual e reprodutiva e tantos outros eufemismos que são usados para nortear, enganar e convencer mentes leigas e ingênuas.
Quem controla a linguagem controla a própria vida e, acreditem, o socialismo no Brasil está controlando a sua vida, sua consciência, sua inteligência, sua opinião através de um cerceamento constante e gradual do uso de certas palavras enquanto enaltece e defende o uso de um vocabulário mais “moderno e inclusivo”.
Aborto é tortura e assassinato. Uma concessão legal a um ato selvagem não o torna menos indigno. Há casos que é legal abortar, e devo admitir, se uma mulher é estuprada, está em risco de morte e se a criança possui anencefalia, este último decidido pelo STF em 2012 por 8 votos a 2 como não sendo crime, parece-me lógico fazê-lo , todavia, segue sendo, reforço, o assassinato de uma vida precedido por tortura.
Aspiração uterina a vácuo, curetagem uterina e aborto por esvaziamento craniano intra-uterino (realizado quando o bebê está com cinco a seis meses) infligem dor na criança antes de destruir a vida.
O jornalista Rodrigo Constantino, no artigo “Aborto: ‘Meu corpo, minhas regras’, mas e o corpo do bebê?” publicado pela Gazeta do Povo, escreve:
"O doutor Bernard Nathanson é um dos fundadores da Liga Nacional do Direito ao Aborto nos EUA, a maior clínica de aborto do mundo. Na época em que ele era diretor, eram realizados 130 abortos por dia, todos os dias, sete dias por semana, menos no Natal. Ele fez, pessoalmente, cinco mil abortos e por suas ordens foram realizados sessenta mil.
Então, surgiram novas tecnologias e com elas a ciência chamada fetologia, esse médico constatou que a vida começa na fecundação e que o feto é uma vida humana. Quando ele se deparou com isso, parou de praticar aborto imediatamente e começou uma das maiores campanhas de conscientização contra o aborto.
Com 12 semanas, o coração do bebêzinho já está formado e funciona bombeando sangue para todas as partes do corpo, os cabelos e unhas começam a crescer, e nessa idade ele é capaz de mexer os braços, os dedos e de sorrir.
O livro Obstetrícia de Willians, 16ª edição, publicado em 1980 e usado nas escolas de medicina nos EUA diz o seguinte em seu prefácio: “Felizmente entramos numa era em que o feto pode ser já considerado e tratado como nosso segundo cliente… quem poderia sonhar, mesmo há alguns anos, que poderíamos atender um feto como médico?”
Marlon Derosa, no artigo Refutações sobre aborto, publicado pelo site Estudos nacionais, afirma:
“Não podemos impor condições, a partir de nossas interpretações, para determinar quais condições devam ser atendidas para que um ser humano faça jus a estar protegido pelos direitos humanos. Isso é extremamente cruel. Basicamente, foi isso que se fez na escravidão quando se buscou impor condições para determinar que negros tinham menos direito humanos.
Dentre todos os direitos humanos, o mais fundamental de todos os direitos é o direito à vida. A vida é o direito fundamental porque um ser humano não poderá gozar de nenhum outro direito se ele for privado da vida.
Uma mulher não poderia reivindicar direito ao aborto se ela tivesse sido abortada. Nenhum governo ou organização internacional pode ter legitimidade para determinar se uma criança tem ou não direito à vida. Os direitos humanos são natos (devido a natureza humana) e inalienáveis (não podem ser alterados, transferidos ou retirados).” (grifo nosso)
O aborto é o poder dos fortes contra os fracos, o enaltecimento da tortura e da morte. Infelizmente meninas e mulheres estão tendo seus dramas, violências e aflições sendo usados como palanque para que abortistas ,e a indústria do aborto que os sustenta, possam ganhar mais espaço.
Toda vida importa, especialmente as que não podem se defender.
Carlos Alberto Chaves Pessoa Júnior
Professor. É formado em Letras pela UFPE.