Acho que falta mais, aos conservadores, um pouco do espírito “punk-rocker” de “do it yourself” (faça você mesmo).
Vejam. Atrás do escudo de estarem se preparando para o debate, muitas vezes ficam de fora das coisas e não ajudam como podem ajudar.
Assim, quem está preparado ao menos minimamente para escrever, não escreve; quem tem talento artístico, não produz nada; quem pode entrar para a política, não entra; quem é do meio universitário, continua no isolacionismo do claustro.
Olavo de Carvalho tem razão quando diz que os conservadores devem, sim, se preparar antes de partirem para a produção intelectual e cultural.
Mas a mensagem principal que ele quer passar, quando diz isso - e que a mim parece não ter sido captada por muitos dos conservadores - é a de fustigar TODOS que já se sentem preparados a saírem de vez do comodismo de serem apenas críticos ou seres pensantes solitários.
A restauração da verdadeira cultura brasileira, que valoriza as tradições regionais e os princípios cristãos e familiares que sempre houve no país, passa pela conscientização que compete aos conservadores serem mais combativos, e terem um certo espírito empreendedor para fazer as coisas à sua própria maneira. Como os punk-rockers mesmo, de quem falei no início.
Portanto, mãos à obra, conservadores. Escrevam, produzam, lancem-se na política, vão para as salas de aula. Façam o que puderem, mas não continuem parados apenas “se preparando”.
Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).