Covid-19: A morte como moeda de troca para tentar ganhar a simpatia do eleitorado

10/08/2020 às 05:46 Ler na área do assinante

A marca dos 100 mil mortos por Covid, ao invés de render matérias humanas e sensatas, rendeu publicações politizadas, onde a morte virou moeda de troca na tentativa de ganhar a simpatia do eleitorado.

Isso mesmo, eleitor e não cidadão. Porque muitos dos que se posicionaram sobre a tragédia apenas o fizeram no intuito de criticar a ‘condução’ do problema pelo Presidente, de modo a atingir sua popularidade, denegrir sua pessoa e abalar a confiança nele depositada.

Se o governo busca, nesse momento de dor, trazer alguma notícia boa que proporcione conforto à população angustiada e alerte que o país tem o maior número de curados, a oposição grita que não há respeito aos mortos, que essa não é a hora para falar de cura. E quando seria? Deve-se falar em curados exatamente quando a propagação do vírus é preocupante.

Aqueles que defendem Bolsonaro são chamados de negacionistas, difusores de fake news e até de fascistas. São pais e mães de família, trabalhadores, brasileiros que acreditam na política nacional de enfrentamento da doença. Mas são ridicularizados por defenderem determinados medicamentos ou pesquisas. Os pregadores do caos somente deixam a população mais angustiada sem propor qualquer solução.

Em março, em pleno verão no Brasil, quando não havia nenhum morto na maioria das cidades brasileiras, poucos contaminados, hospitais praticamente vazios, o Presidente não concordou com a política de isolamento imposta por prefeitos e governadores.

Foi acusado de defender a economia às custas de vidas humanas.

O que tentava evitar ocorreu: comércios fecharam suas portas, muitos ficaram sem emprego, o nível de estresse emocional disparou, outras doenças passaram a matar, uma vez que as pessoas temiam sair de suas casas. Agora, em período de inverno e hospitais cheios, o povo não aguenta mais a quarentena prolongada. Medidas de flexibilização ao confinamento são exigidas, quando confinar poderia ter começado mais tarde.

No entanto, o pior não ganhou tamanho destaque na imprensa. Os desvios de dinheiro público por autoridades que deveriam usar todos os recursos disponíveis para manter a estrutura hospitalar funcionando bem, aparelhada, com quadros completos de profissionais de saúde, medicamentos. A corrupção não deu trégua nem em tempos de pandemia.

Por último, nada mais foi imputado à China, que com seu governo comunista e ditatorial, não compartilhou informações vitais com a rapidez necessária, que poderiam ter evitado a morte de milhares de pessoas naqueles primeiros momentos.

Carlos Arouck

Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.

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