O sofrimento emocional do isentão

05/08/2020 às 07:39 Ler na área do assinante

Não deve ser fácil a vida mental do isentão.

Ele sente vergonha de ter uma forte queda por bandido e por tudo o que é errado.

Ele sabe que não é moralmente sustentável votar em poste de presidiário e ficar se fazendo de besta, fingindo que acredita nas narrativas que visam derrubar um presidente honesto.

E, no entanto, mesmo sentindo vergonha, mesmo sabendo que está agindo errado, o coração esquerdista bate mais forte e fala mais alto.

E quando se dá conta, já defendeu o STF, já lamentou a "destruição da amazônia" e já combateu a Hidroxicloroquina.

Depois do porre de delinquência e canalhice, bate o remorso.

Não exatamente uma ressaca moral, mas um certo orgulho ferido por ter exposto sua fragilidade como pessoa e como cidadão. É quando tenta "consertar" sua imagem falando mal do PT.

Desse modo, o isentão vai alternando momentos de mergulho em sua pornografia moral com chutes nos cachorros mortos da esquerda que ele ama, enquanto sonha com o dia em que se encherá de coragem e finalmente engrossará de vez as fileiras dos Orcs, sem medo de ser feliz.

Marco Frenette

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