Por que muitos traíram Bolsonaro? Covardia, oportunismo e soberba
25/07/2020 às 07:49 Ler na área do assinanteDiante da realidade, refiro-me a observá-la e analisá-la, é necessário a razão, nunca a emoção. Quanto mais negamos e repudiamos as explicações fáceis, consoladoras e simplistas, acabamos por compreender que muitos dos cenários políticos, sociais e culturais exigem respostas complexas e soluções que rejeitam o imediatismo.
Bem antes da redemocratização a esquerda já havia ocupado a mídia, as universidades e escolas, parte da igreja católica, com a nefasta teologia da libertação, as fés e denominações protestantes com toda sorte de heresias progressistas, e, infelizmente, corrompido a linguagem de tal forma que o debate público se tornou ambiente onde a violência, linchamento e cancelamento castram o pensamento que diverge da agenda esquerdista. A mente esquerdista é uma mente totalitária, covarde, amoral e que em busca da igualdade, demanda o aniquilamento da individualidade.
Carreiras brilhantes foram sepultadas, mentes fascinantes foram criminalizadas e marginalizadas e a família tratada como reduto de agressores, fanáticos religiosos e agentes de ódio e preconceito. Já vivíamos em um ambiente pré-ditatorial.
Todas as gerações contaram com homens de valor que lutaram contra a injustiça e, no Brasil, a figura de Olavo de Carvalho, filósofo e escritor, era, e ainda é, a mais contundente, genial e corajosa diante da hegemonia e censura socialista. Por muito o tempo o professor era a única voz, depois surgiram seus alunos, amigos e, até mesmo, oportunistas que desejavam crescer aproveitando-se do nome do único filósofo brasileiro; Mário Ferreira dos Santos havia nos deixado em 11 de abril de 1968 e Olavo foi se firmando durante os anos 90 como não somente um articulista e crítico social, mas também, um filósofo da realidade e das nuances da alma humana.
Olavo trouxe toda uma larga e sólida bibliografia que nem sequer se cogitava ser traduzida, muito menos ser discutida dentro das universidades. Formou alunos que se destacam na política e jornalismo e de igual forma escritores de valor. Jornalistas e escritores que não estavam ligados a Olavo de carvalho também surgiram, e foram de grande importância para quebrar a máquina inquisitorial esquerdista, como Rodrigo Constantino por exemplo.
A direita renascia e já incomodava sendo um mero bebê. Algumas editoras começaram a traduzir obras de grandes escritores conservadores e com o surgimento das mídias sociais, toda uma sorte de mentiras e desinformação foi combatida. O monopólio da verdade havia recebido seu mais duro golpe.
O espaço politico, todavia, ainda tinha pouquíssimos nomes antimarxistas e , pasmem, nenhum conservador. A redemocratização trouxe o reinado do teatro das tesouras, com políticos que se digladiavam diante das massas e que tão pronto a eleição acabava se apoiavam e trocavam afagos. O fórum de São Paulo era tratado como mítico ou simples reunião de idosos pelo jornalismo demente e podre, contudo, foi de vital importância para o crescimento, amadurecimento e ampliação da esquerda em toda América latina.
O PT ao chegar ao poder foi tratado por quase a totalidade de artistas como o sinal que a direita e conservadorismo, tidos como retrógrados e criminosos, nunca mais voltariam a ascender politicamente. Os poucos nomes de direita que o congresso recebeu foram “cancelados” pela máquina panfletária socialista.
Com o fracasso dos governos petistas ao lidar com a economia e a quase total ausência de politicas que desenvolvessem a indústria nacional e a diversificasse, somadas ás denuncias de corrupção e a um justificado impeachment, o sentimento antipetista tomou as ruas e na busca por um nome que representasse os anseios de uma quebra com a velha política, somente Jair Messias Bolsonaro despontava no horizonte.
Bolsonaro era a única opção e essa realidade permanece. Desde que chegou a ocupar a cadeira presidencial muitos apoiadores se revelaram oportunistas. Não somente deixaram de apoiar como abraçaram a esquerda e foram acolhidos por ela. Dia a dia o número de meninos birrentos que querem um presidente que os bajule aumenta.
Falsos conservadores anunciam que vão cair fora do barco de Bolsonaro e , quando indagados em quem vão apoiar, surpreso percebo que para eles basta um nome que possa ter reais possibilidades de derrotar Bolsonaro numa próxima corrida presidencial. Querem poder e nada mais, o que os torna tão nocivos como a esquerda que dizem criticar, mas que , ironicamente, copiam os métodos tendo , portanto, uma postura amoral.
Negar apoio ao presidente sabendo do tamanho e peso do ativismo judicial, do poder da mídia esquerdista e suas mentiras e do congresso que insiste em arrastá-lo para a velha politica do “toma lá , da cá” é ser irresponsável e iludido. Não perceber que ele não possui apoio real no congresso, a chamada base bolsonarista tem poucos leias e muitos políticos pomposos e incompetentes, e ainda assim exigir mais do que tem sido feito e traçado é ser ignorante. Tratar o presidente como um segundo Lula, um traidor e um incompetente é ser canalha.
Deixar de apoiar o presidente é ignorar o passado que tivemos e menosprezar a sede de poder da esquerda e de globalistas.
Carlos Alberto Chaves Pessoa Júnior
Professor. É formado em Letras pela UFPE.