Xi Jinping, o ditador, inimigo da humanidade

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Desde que tornou-se o líder supremo do dragão asiático em 2013, absolutamente tudo na China piorou sistematicamente. E a liberdade da sociedade — que, diga-se de passagem, nunca foi lá essas coisas, nem mesmo durante o tempo da China imperial — está gradualmente se esfacelando, e muito em breve deixará de existir.

Xi Jinping é um ditador malévolo, brutal e terrivelmente sistemático, que está concentrando uma incomensurável quantidade de poder e atribuições sobre sua pessoa, como não se via desde os tempos do ditador Mao Tsé-tung, que fundou o comunismo na China e governou como ditador de 1949 até a sua morte em 1976.

Sem dúvida nenhuma o homem mais poderoso da China em décadas, em uma conferência do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping afirmou que pretende estabelecer uma unidade de pensamento e objetivos entre os seus correligionários, e não permitirá qualquer espaço para divergências. Ou seja, ele pretende governar com poderes absolutos e plenipotenciários e quem discordar será eliminado.

Com o sistema de crédito social controlando de forma discricionária, arbitrária e inflexível a vida de um bilhão e quatrocentos milhões de habitantes — com penalidades que infligem restrições pessoais e profissionais severas a quem não obedecer as diretrizes governamentais em absolutamente tudo —, Xi Jinping pretende também erradicar o que considera ser o maior obstáculo para a sua soberania pessoal: a religião.

A política oficial de estado é o ateísmo marxista-leninista. Acreditar em Deus, Cristo Jesus ou ter qualquer afiliação religiosa é uma grave ofensa penal. Embora nunca tenha existido liberdade religiosa na China, desde que Xi Jinping assumiu o poder tudo se tornou proporcionalmente pior.

O cristianismo sempre encontrou resistência e hostilidade por parte de diversos governos desde que começou a disseminar-se, tanto no ocidente como no oriente. No oriente, a aversão ao cristianismo não é nova ou recente, muito pelo contrário. No Japão, houveram períodos terríveis de proscrição e perseguição a cristãos, com inúmeras mortes e execuções.

No Dragão Asiático nunca foi diferente. Quando o missionário presbiteriano Robert Morrison chegou na China em 1807, ele próprio não sabia que encontraria tanta hostilidade.

Naquela época, o trabalho missionário era restrito a algumas poucas localidades, sendo ostensivamente proibido no resto do país. Determinado a ensinar o cristianismo para os chineses, Morrison pretendia também traduzir a Bíblia para o mandarim; não obstante, naquela época os chineses eram proibidos de ensinar o seu idioma para estrangeiros, sob pena de morte.

O missionário, no entanto, conseguiu encontrar pessoas dispostas a lhe ensinar a língua, mas para não levantar suspeitas — e sobretudo para não colocar em risco a vida das pessoas que lhe ensinavam o idioma —, Morrison ficou um ano sem sair de casa. Depois de muito estudo, no entanto, ele conseguiu aprender o mandarim, e levou vinte e cinco anos para traduzir integralmente a Bíblia para este idioma.

A vida na China para Morrison não foi nem um pouco fácil. Ele enfrentou obstáculos imensos em sua trajetória de evangelização. Em certas ocasiões, houveram pessoas que descobriram ou desconfiaram que ele estava tentando aprender mandarim e exigiram dinheiro do missionário para não contar as autoridades o que ele estava fazendo.

Morrison, evidentemente, cedia à extorsão para não colocar em risco as pessoas que o ajudavam. De certa maneira, a trajetória do missionário Robert Morrison é um excelente exemplo do imensurável histórico de dificuldades que o cristianismo sempre enfrentou na China.

É verdade, no entanto, que hoje a perseguição é sistemática, sendo dirigida a todas as religiões. Budistas, muçulmanos, cristãos, falun gongs, são vítimas de uma violência nefasta, institucionalizada como política de estado, executada com o objetivo de homogeneizar a sociedade à força, e deixá-la inteiramente de acordo com os parâmetros estabelecidos pela sórdida ideologia do Partido Comunista.

Nos campos de detenção, internamento e doutrinação do estado — onde pessoas religiosas são forçadas a renunciar às suas crenças espirituais para substituí-las compulsoriamente pela ideologia oficial do estado e por uma lealdade absoluta para com o governo chinês — já existem até mesmo fornalhas para incineração de cadáveres, que ocorre em ritmo industrial, instaladas para eliminar rapidamente os restos mortais dos prisioneiros que sucumbem em decorrência dos abusos e da tortura excruciante de que são vítimas, e também para impedir que parentes e familiares reclamem o corpo e deem ao mesmo um funeral religioso.

Qualquer semelhança com a Alemanha nazista não é mera coincidência. Um genocídio está acontecendo na China neste exato momento, e — como lá tudo é controlado pelo estado — obviamente não existem jornalistas independentes para investigar, escrever, relatar e divulgar esta sucessão de crimes contra a humanidade que estão sendo perpetrados de forma sistemática pelo governo totalitário da República Popular da China.

Ao menos, não na extensão e com a profundidade que uma trágica fatalidade desta proporção merece. Atualmente, mais de um milhão de muçulmanos uigures são mantidos nos campos de detenção da região de Xinjiang.

Desde que Xi Jinping assumiu o poder, a violência e a agressão do governo contra pessoas inocentes tornou-se uma ferrenha e irrevogável política de estado. O déspota tornou-se tão poderoso que até mesmo suas convicções políticas foram incorporadas à constituição.

Sua teoria política — chamada de O Pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era — contém quatorze princípios que, na prática, fortalecem a supremacia do totalitarismo de estado. Para ele, o que realmente importa é a sumária e ilimitada expansão do seu poder.

Xi Jinping também removeu a cláusula que limitava o termo presidencial a dois mandatos consecutivos — algo que foi instituído por Deng Xiaoping em 1982 —, o que abre caminho para o déspota se perpetuar indefinidamente no poder. E provavelmente é isso o que vai acontecer.

O chamado “Sonho Chinês” — uma espécie de slogan não-oficial do Partido Comunista, cujo conceito abstrato e bastante difuso é alardeado como um conjunto de crenças que estabelecem a promessa de um novo futuro para a nação — tornou-se nos anos recentes um elemento indispensável da retórica política que destaca a centralização do papel de liderança que Xi Jiping desempenhará de maneira cada vez mais contundente na sociedade chinesa.

Basicamente mais um instrumento de propaganda do regime, o conceito está indiretamente ligado a expansão do papel que a China desempenhará no mundo, ao mesmo tempo que internamente alcançará um nível de progresso que irá supostamente torná-la uma das nações mais desenvolvidas e sustentáveis do globo terrestre.

Tudo o que o governo chinês faz, realiza com a ambição de expandir suas tecnologias e potencialidades autocratas. O governo totalitário de Pequim pretende fazer da China a maior potência global do século 21. Seu objetivo é dominar e conquistar, sem qualquer clemência.

As agressões que estão sendo ativamente perpetradas contra Hong Kong — executadas com o objetivo de destruir a autonomia da antiga colônia britânica, que justamente em função de sua relativa independência, é um dos poucos lugares ainda relativamente livres da China, e o lugar mais economicamente livre do mundo — mostram a ferocidade descomunal do despotismo dos dirigentes do Partido Comunista Chinês, e de seu líder Xi Jinping. Recentemente, as autoridades proibiram a publicação e a circulação de livros sobre democracia na ilha.

Há muito tempo Xi Jinping também afirma que para dominar Taiwan — que é efetivamente um país independente, pois nunca foi governado pelos comunistas da China continental — ele realizará uma invasão militar, se julgar necessário.

Ou seja, os comunistas querem destruir, eliminar, erradicar a liberdade, a autonomia e a independência de todas as pessoas que vivem nessas regiões que a China muito pretensiosamente considera suas. É por essas e outras razões que os habitantes de Hong Kong lutam com tanta ferocidade e veemência, fazendo presença nos protestos que tomaram conta da ilha desde o ano passado. Eles lutam ativamente para preservar as liberdades que irão perder, caso o governo do Partido Comunista tome conta da ilha.

Eles sabem perfeitamente que se o governo despótico da China continental chegar a dominá-los, todas as suas liberdades serão arbitrariamente erradicadas. Essas pessoas não terão mais liberdade de expressão, não poderão mais se manifestar sobre política, não terão mais acesso a determinados livros e não terão nem mesmo acesso a internet.

Elas poderão acessar apenas os sites que são permitidos pelo partido. Se o sistema de planejamento central substituir o mercado livre e descentralizado da ilha, Hong Kong certamente deixará de ser a região mais economicamente livre do mundo.

Pelo acordo realizado com os britânicos, os chineses deveriam respeitar a autonomia de Hong Kong por no mínimo 50 anos; ou seja, tendo sido devolvida à China em 1997, apenas em 2047 os chineses do continente poderiam realizar algum tipo de intervencionismo político na ilha. Mas é evidente que comunistas — com o seu comportamento despótico, tirânico e sempre obcecados pelo poder — jamais respeitariam acordos. Boris Jhonson, o Primeiro-Ministro britânico, ofereceu cidadania a todos os habitantes de Hong Kong ávidos por escapar da tirania de Pequim.

O governo totalitário de Pequim, em função disso, fez severas ameaças ao governo britânico. Ou seja, os dirigentes do Partido Comunista Chinês desejam a todo custo escravizar os habitantes de Hong Kong. É a malignidade despótica institucionalizada do Partido Comunista Chinês.

Essa escalada autoritária do governo chinês tem um líder: Xi Jinping. Todas essas políticas agressivas, opressivas e despóticas são o resultado de sua obsessão pelo poder.

Quanto ao resto do mundo, a China está escravizando países através de acordos econômicos unilaterais que beneficiam exclusivamente o governo de Pequim, que nos últimos anos, através do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, investiu em mais de 6.200 empresas em 174 países.

Outro dos objetivos de Pequim é vender o sistema de crédito social — que é extremamente sedutor para ditaduras — para tantos países quanto possível, inclusive para o Brasil. Políticos e corporativistas chineses sabem muito bem que com muito dinheiro eles podem comprar o mundo.

Aqui no Brasil diversos lobistas, em troca de muito dinheiro, trabalham ativamente no congresso nacional para aprovar projetos que beneficiam a China, que hoje é praticamente proprietária do setor hidrelétrico em território nacional, faltando muito pouco para que ela conquiste o monopólio total do segmento.

O perigo vem da China. Eles não são amigos de ninguém. Existem interesses escusos por trás de tudo o que a China faz. Atualmente o governo totalitário está ajustando o país de acordo com as diretivas políticas autoritárias e tirânicas de Xi Jinping — e fazendo isso com um nível brutal de crueldade e extrema violência —, ao mesmo tempo que estão empregando técnicas sutis, porém diversificadas, para colonizar o mundo.

Com Xi Jinping no poder, o totalitarismo político ganhou um significado renovado, aonde o estado pode tudo e compra tudo. Quem não pode ser silenciado pelo dinheiro, será silenciado pelo força. Como um analista político corretamente comentou, a China, ao invés de mudar para se ajustar ao mundo, decidiu mudar o mundo para torná-lo igual a ela. E para que todos os governos se tornem igualmente autoritários, o sistema de crédito social logo se tornará um produto de exportação do governo chinês.

Xi Jinping não é um inimigo apenas dos cidadãos chineses comuns, mas de toda a humanidade. A República Popular da China hoje é muito pior do que foi a Alemanha Nazista. A perseguição indiscriminada a pessoas religiosas, o totalitarismo político nefasto e tirânico e o sistema de crédito social que exige obediência absoluta dos cidadãos é o princípio de uma sórdida e draconiana distopia, como nunca se viu antes na história da humanidade.

Wagner Hertzog

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