A coragem é a matéria mais escassa entre os homens. Deus, por um de seus tantos motivos insondáveis, reservou essa característica aos heróis. Aos demais, apenas o desejo de não correr riscos, o qual, em momentos de perigo, se transforma na vontade mais profunda de nunca ter saído do útero da mãe.
Comecei a admirar e respeitar Roberto Jefferson quando ele enfrentou aquele ente do mal que se achava o senhor do Brasil, frustrando os sonhos presidenciais e ditatoriais da raposa vermelha. Uma raposa que intimidou a todos, menos ao Jefferson, que lhe tirou as uvas.
O tempo passou, ele pagou sua dívida com a justiça, venceu um câncer e agora retorna ao destaque por ser o único político brasileiro a dizer, com todas as letras e sem a menor tergiversação, que estamos sob as botas de uma máfia.
E mais: ele dá os nomes de cada um dos mafiosos, lista seus crimes, descreve como um chantageia ao outro, e finaliza seu retrato do Brasil dizendo que se trata de um bando de criminosos perseguindo um presidente honesto.
Jefferson tem defendido Bolsonaro - outro homem a quem foi concedido o dom da coragem - com uma clareza e uma insistência que faltam aos aliados do presidente, muitos deles saudosos do útero da mãe, e outros cobiçosos do lugar do chefe.
O presidente do PTB também tem minha total simpatia por outros motivos, como o de assumir que gosta de armas, que atira por esporte, e que apenas bandidos devem temer cidadãos armados. É um armamentista assumido.
Por outro lado, o que tem de conservador no governo e em destaque nas mídias que escondem o gosto por armas... Ficam com medinho de serem mal interpretados. Mas mal interpretados por quem? Ora, pela esquerda que eles dizem combater. Entenderam?
O Brasil não precisa de mais conversa mole, mas de Bolsonaro liderando seus 300 Bob Jeffs. É nisso que acredito, e não em conservadores e liberais limpinhos, todos cheios de garganta, mas que, ao primeiro sinal de perigo, baixam as calças para a esquerda, em sinal de rendição.
Marco Frenette